A operação denominada de "Nhapecani" realizou o chamado "bate grade" na carceragem da delegacia, durante vistoria das celas, apreendeu 26 celulares
A operação denominada de "Nhapecani" realizou o chamado "bate grade" na carceragem da delegacia, durante vistoria das celas, apreendeu 26 celulares | Foto: Fotos: Saulo Ohara



Sete pessoas foram presas na quarta-feira (20), em Ibiporã, em uma operação conjunta entre Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público e Depen (Departamento Penitenciário), cujo objetivo foi desbaratar uma quadrilha que opera o tráfico de drogas no município. Entre os envolvidos, estão três homens que já estão presos na delegacia de Ibiporã e outro que está preso na PEL (Penitenciária Estadual de Londrina). De acordo com o delegado Vítor Dutra de Oliveira, responsável pela delegacia de Ibipor㠖 onde funciona a carceragem – eles comandariam o tráfico mesmo estando detidos no local.

A operação denominada de "Nhapecani" realizou o chamado "bate grade" na carceragem e, durante vistoria das celas, apreendeu 26 celulares, carregadores e pequenas quantidades de maconha e cocaína. Com as outras pessoas presas, foram encontrados revólveres, carabinas, coletes à prova de balas, munições, balanças de precisão, seis quilos de entorpecentes – entre maconha, cocaína e crack - e cadernetas de anotação sobre a venda de drogas, além de R$ 5,5 mil em espécie. "Essa quadrilha é responsável pelo tráfico de drogas em Ibiporã e também por algumas mortes registradas na cidade", diz.

"Tem horas que a gente vê uma chuva de coisas sendo jogadas, mas sem estrutura não conseguimos entrar nas celas", revela o delegado Vítor Dutra de Oliveira
"Tem horas que a gente vê uma chuva de coisas sendo jogadas, mas sem estrutura não conseguimos entrar nas celas", revela o delegado Vítor Dutra de Oliveira



A ação dentro da cadeia teve momentos de tensão. Para conter os presos, foram necessários alguns disparos de munição antimotim. Segundo o delegado, não houve feridos. Parentes dos detentos que esperavam a hora da visita do lado de fora da carceragem entraram em pânico com os disparos. "O problema é que a cadeia está superlotada e a Justiça não dá andamento aos processos. Isso é um barril de pólvora", afirmou uma mãe de detento que não quis se identificar.

O delegado também atribuiu à falta de estrutura a presença de drogas e telefones celulares dentro da cadeia, que tem capacidade para 35 pessoas e acomoda 170. "As drogas e objetos são arremessados pelo solário, onde os presos tomam banho de sol. Tem horas que a gente vê uma chuva de coisas sendo jogadas, mas sem estrutura não conseguimos entrar nas celas. Se tivéssemos menos presos, poderíamos controlar melhor", lamenta ele.