Moradores de Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina) estão revoltados. Um mesmo homem é suspeito de furtar, pelo menos, nove cofres do Hospital do Câncer de Londrina em cinco estabelecimentos diferentes nas últimas semanas: lotérica, casa agropecuária, loja de produtos eletrônicos, mercearia e sorveteria. O caso mais recente foi no fim de semana, quando o rapaz se passou por cliente no comércio de sorvetes, no centro, para tirar o objeto e esconder na bolsa.

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Somente após ver as imagens da câmera de segurança que tiveram a certeza do crime. “A funcionária notou que tinha sumido o cofrinho, que, inclusive, estava preso ao cabo de aço para evitar justamente o furto. Mas esse rapaz pegou um sorvete, preparou a mochila dele e acredito que cortou com um alicate. Dá para ver que ele não fez força. Vimos nas imagens que é um rapaz bem vestido, poderia estar trabalhando ou até ser voluntário no hospital”, destacou o empresário Valdenir Piedade.

O comerciante encontrou o objeto no dia seguinte, destruído e jogado numa construção a uma quadra da sorveteria, no entanto, sem as moedas. “As pessoas precisam ficar em alerta. Coloquei no grupo do comércio da cidade e vários empresários relataram furtos e parece ser a mesma pessoa, que não deve ter Deus no coração, não deve saber o sofrimento dos pacientes para fazer esse tipo de crime. É deplorável”, lamentou. O caso foi registrado na Polícia Civil, por meio de BO (Boletim de Ocorrência).

‘ENTRISTECE’

A campanha Cofre Solidário incentiva clientes de comércios variados a doarem o troco das compras para a instituição de saúde. Atualmente, são cerca de dez mil cofrinhos espalhados por 4.800 estabelecimentos, em 80 cidades do Paraná. O dinheiro arrecadado ajuda a cobrir o deficit mensal de R$ 3 milhões do hospital, que atende aproximadamente 1.600 pacientes diariamente com diversas intervenções, que vão de quimioterapia à cirurgia. A unidade é referência para o tratamento da doença em oito regionais de saúde.

“O hospital, infelizmente, é deficitário e a comunidade ajuda com o carnê, conta de luz e o cofrinho, que representa um volume considerável no mês para ajudar realmente na manutenção das nossas atividades. (O furto) é algo que nos entristece, porque as pessoas colaboram com as moedinhas, que aparentemente é um valor irrisório, mas com a junção de todos os cofres não é”, pontuou o administrador geral do hospital, Edmilson Garcia.

O dinheiro arrecadado pela campanha Cofre Solidário ajuda a cobrir o deficit mensal de R$ 3 milhões do hospital, que atende aproximadamente 1.600 pacientes diariamente
O dinheiro arrecadado pela campanha Cofre Solidário ajuda a cobrir o deficit mensal de R$ 3 milhões do hospital, que atende aproximadamente 1.600 pacientes diariamente | Foto: Pedro Marconi

ORIENTAÇÕES

Há cerca de seis anos, após uma “onda” de furtos dos cofres, os objetos passaram a ficar presos junto a um cabo, justamente para dificultar a ação de criminosos. “Têm os estabelecimentos com as câmeras que nos ajudam a detectar quem são essas pessoas. Mas o melhor é deixar num ponto visível para quem pode ajudar visualizar e também para as demais pessoas, pois, todos vendo pode coibir a ação de quem quer levar”, orientou.