Nem só de cães e gatos é composto o universo dos bichos de estimação. 'Pets' mais exóticos, como os curiosos furões, os alegres pássaros de canto e até mesmo as enigmáticas jibóias são algumas espécies escolhidas por pessoas que não se importam em investir tempo e dinheiro na criação de animais não muito comuns.

Disponíveis para compra em criadouros especializados, eles exigem uma dose extra de responsabilidade por parte dos donos. Além de demandarem cuidados parecidos com os oferecidos aos animais domésticos mais tradicionais, precisam ser acomodados em ambientes específicos e possuir licença do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O médico veterinário Marcos Massaaki Shiozawa, docente da Universidade Norte do Paraná (Unopar) na área de animais selvagens e parasitologia, é especializado no atendimento de bichos silvestres e exóticos. Segundo ele, a lista de animais disponíveis para quem não se contenta apenas com gatos e cachorros é extensa, incluindo iguanas, jabutis, salamandras, serpentes, tucanos, araras, cacatuas, mainás, saguis e furões, além de uma infinidade de aves de canto como sabiás, canários da terra e pintassilgos.

Shiozawa afirma que, antes de decidir pela compra de um bicho silvestre ou exótico, é importante consultar um veterinário para conhecer as características da espécie, refletir se a residência tem condições de acomodá-la e se os donos terão disposição para tratá-la. ''As jibóias, por exemplo, podem chegar a quatro metros. É preciso ter espaço para criá-la'', explica.

Ele lembra que no Lago Igapó, em Londrina, é possível encontrar animais que não fazem parte do meio ambiente local e que provavelmente foram soltos por pessoas que não deram conta de cuidar deles, como por exemplo os cágados. ''Esses animais podem viver mais de 60 anos. É preciso prever isso antes de comprá-los'', enfatiza.

Outra orientação é respeitar as características comportamentais de cada espécie. Macacos, por exemplo, não podem ficar presos em gaiolas, e papagaios são aves que vivem em bando e por isso necessitam interagir. Por fim, é preciso aprender sobre o manejo, a dieta, a higiene e a sanidade dos bichos, planejando a vermifugação e a vacinação adequadas para cada tipo de animal.

De acordo com Shiozawa, a regra é sempre comprar animais de cativeiro criados por criadores que emitam licença do Ibama e atestado de sanidade assinado por veterinário. Esse documento comprova que o bicho não tem patologias que possam ser transmitidas aos humanos e aos outros animais domésticos. ''Os animais precedentes de tráfico, além de causar prejuízos ambientais, podem ser portadores de doenças'', esclarece.