A médica Norma Araújo, especializada em saúde pública e medicina preventiva, iniciou em 2010 um estudo para a inserção de pessoas com deficiência no canteiro de obras. "O grande desafio é porque canteiro muda de layout a cada fase da obra. Estudamos os tipos mais frequentes de deficiência, os tipos de atividades no canteiro e provemos informações relacionadas à segurança do trabalho e a saúde do trabalhador", ressaltou Norma, superintendente do Instituto de Ensino Armenio Crestana (Iepac) do Serviço Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Seconci-SP).
Segundo ela, foram estudadas 17 funções e 29 atividades que podem ser exercidas pelas pessoas com deficiência. O estudo traz como desfecho se o funcionário é recomendado, recomendado parcialmente ou não recomendado para cada função. "O não recomendado é o que vai trazer muitos riscos para a saúde dele e de outros trabalhadores. Um exemplo são pessoas com cegueira ou com baixa visão. Não recomendamos, pois há dificuldades de inserção", analisou. Segundo ela, uma pessoa com deficiência auditiva pode ser um pedreiro, um eletricista, um operador de grua, um carpinteiro. "A construção civil trabalha com vários layouts na edificação, e em algumas fases precisaria usar sinais sonoros. A tecnologia assistiva, como o uso de iluminação e sensores, existe para superar algumas dessas situações", apontou. (V.O.)