Era de um apartamento de alta padrão na Gleba Palhano, na região sul de Londrina, que o líder de organização criminosa comandava os negócios do grupo. O homem, conhecido pelo apelido de “Zoio”, foi um dos presos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), nesta terça-feira (14), durante a operação Engenho, que desarticulou uma quadrilha que lavava dinheiro do tráfico de drogas.

“Zoio” foi encontrado junto com a companheira no imóvel, com os dois sendo detidos temporariamente. “Era o maior traficante da zona sul da cidade. Ele não colocava a mão na droga diretamente, porque estava num degrau muito elevado nessa escalada do crime”, destacou o promotor Leandro Antunes.

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Também foram cumpridos outros 15 mandados de prisão – de pessoas com funções de confiança ou ligadas ao líder - e 93 de busca e apreensão em Londrina, Cambé, Ibiporã, Foz do Iguaçu (Oeste), São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), Curitiba, Itapema (SC), Paranaíba (MS), Marília (SP) e Goiânia (GO). Foram apreendidos veículos, joias e dinheiro, incluindo dólar.

“Os ativos financeiros, como contas bancárias e investimentos, foram bloqueados. Na parte probatória temos a apreensão de vasta documentação, manuscritos, cadernos, dispositivos eletrônicos e esse material, uma vez analisado, poderá subsidiar uma futura denúncia”, pontuou. Também foram colhidos elementos que indicam que a associação criminosa comercializava armas de fogo e drogas, tendo vínculo com outros traficantes de Londrina e da região.

Foram “sequestrados” 12 imóveis, incluindo um apartamento de luxo em Itapema, avaliado em cerca de R$ 2 milhões. No total o MP-PR (Ministério Público do Paraná) investiga 53 pessoas. “São pessoas de todo o círculo e posição social”, comentou.

AGIOTAGEM

Segundo o Ministério Público, a lavagem acontecia por meio de aquisição de imóveis e de agiotagem, com a ajuda de terceiros. “Existiam pessoas que eram responsáveis pelo setor financeiro, outras laranjas cediam o nome voluntariamente sabendo da origem ilícita do dinheiro para que os imóveis fossem registrados”, detalhou. Casas populares, por exemplo, rendiam aluguel ao chefe do grupo.

A organização movimentava aproximadamente R$ 400 mil por semana. “É um valor elevado. Parte desse dinheiro era emprestado com juros de 10% ou mais e fazia com que o grupo criminoso conseguisse uma renda muito alta”, detalhou. Os envolvidos poderão responder pelos crimes de tráfico de entorpecente, lavagem de dinheiro, comércio ilegal de arma de fogo, falsidade ideológica e agiotagem.

HISTÓRICO NO CRIME

A apuração teve início em 2022, época em que o líder da organização criminosa vivia em uma casa localizada em um condomínio de luxo em Cambé. “O alvo principal possui condenação de 2011 (pelos crimes de associação para o tráfico e tráfico de drogas). A prática delituosa dele remonta à década de 2000 e o Gaeco resolveu entrar na investigação pela questão patrimonial”, afirmou Antunes.

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