''Estou tentando entender o que aconteceu. Estamos todos chocados com a morte do meu filho'', disse Maria das Graças Galdino. A mãe do jovem Raphael Galdino de Godoy, 28 anos, que foi morto por bandidos na noite da última terça-feira não sabia descrever se sentia revolta, tristeza ou indignação. ''Que levassem o carro da família, a gente compra outro ou anda de ônibus. Mas não podiam ter levado a vida do meu filho, isso a gente não consegue comprar, não tem preço'', afirmou emocionada.
O velório de Raphael reuniu parentes e amigos ontem, na Capela do Cemitério Parque das Oliveiras, na Zona Leste de Londrina. Segundo a mãe, ele era formado em Engenharia Elétrica há dois anos e há seis trabalhava como técnico em eletrônica na Copel. ''Meu filho estava começando a vida. Foram dois segundos, primeiro eu estava conversando com ele e depois já não estava mais'', lembrou. Na noite do crime, Raphael estava escalado para trabalhar na empresa: ele iniciaria o turno às 23 horas, mas os cinco assaltantes agiram às 21 horas.
O crime ocorreu no Jardim Caravelle, na Zona Leste. Raphael era filho do suplente de vereador José Carlos Godoy (PTN), conhecido como Godoy da Copel. De acordo com Maria das Graças, o crime aconteceu quando ele tentou proteger ela e a sua mãe, que estavam sob a mira de cinco assaltantes. ''Estávamos chegando em casa e recebemos voz de assalto. O Raphael foi até o portão e tentou levar a avó para dentro de casa, neste momento ele foi atingido nas costas, mas na hora eu não percebi o que tinha acontecido'', disse a mãe.
Os homens fugiram com a bolsa de uma das vítimas e o veículo Polo Sedan, que foi abandonado em frente a um hotel na Avenida Santos Dumont, a poucos metros do local do crime. A polícia prendeu um rapaz de 19 anos, perto do local do latrocínio. Ele confessou a participação.
A arma utilizada no assalto foi apreendida, assim como os objetos roubados. Segundo o investigador Márcio Yukio, da 10 Subdivisão Policial (SDP), os quatro foragidos já foram identificados. Ainda de acordo com ele, o último latrocínio registrado na cidade foi há cerca de um ano.
Uma vizinha da família Godoy, moradora há 35 anos no bairro, pediu para não ser identificada. Ela conta que há três meses também foi vítima de assalto, quando chegava em casa. ''Eles estavam armados e levaram meu carro. A violência está presente em toda a cidade, mas nesta região ela tem aumentado muito. Além de ter boas casas, o bairro tem uma facilidade de acesso às avenidas Santos Dumont e JK'', diz.