A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp) não possui dados sobre a apreensão de celulares nas unidades prisionais ou carceragens do Estado; porém é fácil constatar que os aparelhos chegam às mãos dos presos.
Na Penintenciária Estadual de Londrina (PEL), com capacidade para aproximadamente 500 presos, mais de 20 celulares já foram apreendidos nos cubículos somente em 2010 pelos agentes penitenciários. O último aparelho foi localizado na última segunda-feira, dentro de uma cela. O diretor da unidade, capitão Diógenes Gonçalves, explica que os telefones entram na penitenciária lançados por cima dos muros ou por meio de familiares. ''Na semana passada, evitamos a entrada de um aparelho que estava no meio de um rolo de papel higiênico. Muitas vezes, mulheres dos presos introduzem-os na vagina e conseguem entrar na unidade com os telefones. Fazemos revistas em todos os cubículos semanalmente e os localizamos rapidamente, por isso eles sempre estão tentando conseguir um novo.''
Sobre a utilização dos aparelhos, Gonçalves explica que as análises feitas após as apreensões indicam que a maioria dos presos usam os telefones para conversar com familiares, mas admite que não é possível descartar a prática criminosa de dentro das celas. ''Às vezes achamos os aparelhos, mas não os chips, que chegam a ser engolidos pelos internos. Dessa forma, não é possível acessar os dados'', comenta.
Na Casa de Custódio de Londrina (CCL), que abriga 360 detentos, dez aparelhos foram localizados dentro das celas neste ano e mais de dez foram apreendidos em tentativas de introdução para dentro da unidade, de acordo com o diretor da CCL, major Edson M. Tomaz.
O problema se repete nos superlotados distritos policiais. Na carceragem de Cambé (Norte), que tem capacidade para 30, mas conta com 120 presos, 15 celulares foram encontrados com os presos nos primeiros seis meses do ano. Também foram apreendidos carregadores.
Em Ibiporã (Norte), também foram encontrados 15 celulares com os 73 presos - a capacidade é para 32 - que entram ''mesmo com toda a fiscalização'', como diz o delegado Marcos Belinati. ''Fazemos revistas, usamos detector de metais. Mesmo assim os celulares entram. Sabemos que eles são utilizados dentro da cadeia até para comandar ações criminosas'', ressalta o delegado. (W.S.)