Um instituto que tem sede em Barueri, no estado de São Paulo, vai doar os projetos de levantamento topográfico e de paisagismo e os estudos de macrodrenagem e microdrenagam do Parque Ecológico Municipal Daisaku Ikeda, na região sul de Londrina, à prefeitura. A ideia é de que os documentos ajudem o município a captar recursos para a revitalização do espaço, que está abandonado há oito anos.

O acordo firmado entre a associação sem fins lucrativos e o poder público londrinense teve o aval da Procuradoria-Geral do Município. O serviço é orçado em cerca de R$ 50 mil, entretanto, o contrato impede que a instituição cobre qualquer tipo de valor do Executivo e todo gasto para elaboração que existir será de responsabilidade da entidade.

LEIA TAMBÉM: Sema de Londrina orienta população a não alimentar animais silvestres

Não foi definido um prazo para a confecção dos projetos e nem para entrega, mas a expectativa é de que possa acontecer ainda neste primeiro semestre. “A entidade disse que em toda cidade onde faze investimentos, na área ambiental, através de seu instituto, (existe uma colaboração)”, afirmou o secretário municipal de Ambiente, Ronaldo Siena. A reportagem não conseguiu contato com o instituto que vai doar o projeto.

O estado precário do parque se tornou alvo de debate e polêmica depois que um garoto de dois anos caiu no ribeirão Três Bocas e morreu, com o corpo sendo localizado quase uma semana depois do desaparecimento, em junho do ano passado. A criança havia sido levada pela mãe e o padrasto, que na hora de ir embora não perceberam que o menino não estava no carro.

O MP-PR (Ministério Público do Paraná) chegou a encaminhar uma recomendação administrativa ao município pedindo uma série de ações no local, como o fechamento, para evitar novas tragédias. Sete meses depois, poucas melhorias paliativas foram colocadas em prática, enquanto não é feita uma grande reforma.

GRADIS

O que deve sair do papel nas próximas semanas é o cercamento do parque, que será executado por uma empresa que já tem contrato com a prefeitura para manutenção predial. Os gradis serão providenciados pela Sema (Secretaria Municipal de Ambiente), o que deve impedir o acesso à área. O serviço irá custar quase R$ 194 mil. “Estamos buscando junto ao Consemma (Conselho Municipal do Meio Ambiente Londrina) os recursos necessários para a instalação do cercamento”, destacou.

Serão utilizados quase 250 gradis no lado da rodovia e da estrada que leva a chácaras. “Finalizado o cercamento, o parque ainda permanecerá fechado até receber a manutenção e revitalização adequada que propicie a sua abertura com segurança aos visitantes. Concluído o cercamento, a Sema retomará os estudos que visem a sua revitalização”, garantiu a gerências de Áreas Verdes do município em ofício encaminhado ao conselho.

HISTÓRICO

Inaugurado em 2000, o parque virou alvo de vandalismo, furtos e do descaso. A estrutura, à margem da rodovia João Alves da Rocha Loures, teve o mirante destruído com as fortes chuvas de 2016, quando a passarela e parte do solo foram levados, causando grandes erosões.