"É o mínimo que posso fazer como cidadã; sei que tem alguém precisando do meu sangue", diz Patrícia Fernanda dos Santos Marques
"É o mínimo que posso fazer como cidadã; sei que tem alguém precisando do meu sangue", diz Patrícia Fernanda dos Santos Marques | Foto: Fotos: Gina Mardones



Reservar meia hora do dia para ajudar a salvar vidas. Para as pessoas que podem doar sangue, o ato só depende de boa vontade. O Hemocentro Regional de Londrina, do HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), voltou a fazer coletas externas na região central, após o recesso de Natal e Ano Novo.

Toda quinta-feira pela manhã o ônibus do Hemocentro estaciona no Museu Histórico, ao lado do Terminal Central, para facilitar o acesso dos doadores. A ação é para abastecer o estoque de sangue e derivados visando atender 100% dos 22 hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) que integram a 17ª Regional de Saúde. "Além disso, a coleta externa é uma forma de dar visibilidade ao Hemocentro. Nem todo mundo consegue se deslocar até a nossa sede para doar sangue", comentou Vanete Aparecido Moreno, supervisora de Enfermagem do Hemocentro.

O posto descentralizado foi um facilitador para a operadora de máquina Juliana Barbosa. Ela mora em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e se programou para doar sangue no Museu Histórico. Doadora desde 2013, Barbosa acredita que o ato é uma também uma questão de hábito. "Passei a doar quando minha mãe ficou doente e precisou de muito sangue. Depois disso não parei mais. Pelo menos uma vez por ano eu me programo para isso. Não tem o porquê não doar. É muito tranquilo", afirmou.

Cada doador pode salvar até três vidas. As bolsas de sangue (aproximadamente 300 ml) são processadas em laboratório por uma centrífuga automatizada, que fraciona os componentes (plasma, plaquetas e hemáceas) do sangue.

Unidade móvel: visibilidade ao trabalho do Hemocentro
Unidade móvel: visibilidade ao trabalho do Hemocentro



"É o mínimo que posso fazer como cidadã. Sei que tem alguém precisando do meu sangue", comenta a médica veterinária Patrícia Fernanda dos Santos Marques, que já doou em outras ocasiões, mas foi a primeira vez no ônibus do Hemocentro. "Vir até aqui é uma forma também de incentivar essas coletas externas", completou.

Segundo a enfermeira Moreno, em cada ação, a estimativa é coletar 40 bolsas. "Esse número garante um apoio para o estoque, mas por enquanto, o máximo que já atingimos foi de 36 unidades", revelou, considerando as ações realizadas desde outubro do ano passado.

Imagem ilustrativa da imagem Hemocentro volta a fazer coleta externa



RETOMADA
O Hemocentro retomou as coletas externas em outubro de 2016, após ficar mais de um ano sem esse serviço. De acordo com o médico coordenador do órgão, Fausto Trigo, isso ocorreu pela falta de recursos financeiro e humano. "E por conta desse longo período sem atividade externa parte da população deixou de doar. Queremos resgatar essa prática", ressaltou.

Ainda de acordo com Trigo, existe a possibilidade de o Hemocentro ter um ponto fixo de coleta no centro da cidade. "Há uma possibilidade de ocupação de uma área a ser cedida pela UEL, mas não há nada certo, por enquanto", adiantou.

Como o calendário de 2018 traz muitos feriados prolongados, Trigo também comentou que a estratégia é sempre fazer um chamamento nas semanas pré-férias e feriados, para que a população faça a doação antes de viajar. "São períodos que sempre há baixa no estoque", finalizou.

O Hemocentro coleta, em média, 1.200 bolsas de doações por mês.

SERVIÇO:
O Museu Histórico fica na rua Benjamin Constant, 900 e a coleta acontece toda quinta-feira, das 8h às 11h. O Hemocentro fica na rua Cláudio Donisete Cavalieri (prédio anexo ao HU) e atende de segunda a sexta-feira, das 13h às 18h30, e aos sábados, das 8h às 17h30.