Curitiba
O governo do Paraná descartou totalmente a possibilidade de conceder reajustes salariais para os servidores públicos estaduais, que na última sexta-feira fizeram um protesto em frente ao Palácio Iguaçu exigindo reposição de perdas salariais. Segundo o secretário estadual do Planejamento, Miguel Salomão (foto), o governo não tem dinheiro suficiente para atender às reivindicações do funcionalismo, que hoje consome cerca de R$ 200 milhões do orçamento estadual. ‘‘Existe uma impossibilidade aritmética para viabilizar os reajustes’’, disse Salomão.
Para o secretário, os funcionários públicos estão exigindo aumentos que não poderiam ser cogitados, uma vez que a arrecadação do Estado está totalmente comprometida com os gastos já existentes. ‘‘O momento não é nada favorável para aumentar as despesas estaduais’’, disse, alegando que o Estado corre risco de quebrar caso a exigência de aumentos salariais seja atendida. Segundo o secretário, somente um ‘milagre’ - como um aumento súbito da receita - tornaria possível o reajuste dos salários. Até que isto aconteça, afirma Salomão, o aumento salarial permanece descartado.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais (Sindiservidores), Vladimir de França, ficou surpreso com a notícia da resposta negativa do governo. Na sexta-feira, quando estiveram reunidos com o governador Jaime Lerner e com os secretários Rafael Greca e Miguel Salomão, os servidores haviam recebido a promessa de que o reajuste salarial seria novamente discutido no dia 9 deste mês. ‘‘Havia sido firmado um compromisso que, pelo jeito, acaba de ser invalidado’’, lamentou França.
Agora, os servidores pretendem marcar uma assembléia, na próxima semana, para definir se a categoria entra ou não em greve. Amanhã, o Sindiservidores tem outra reunião com lideranças do governo para discutir outros pontos da pauta de reinvidicação, como funcionamento do Fundo de Previdência do Estado (FDE).