Imagem ilustrativa da imagem Estudante de Londrina é premiado em Olimpíada na Irlanda
| Foto: Gina Mardones/21-06-2017




O estudante Gustavo Palote da Silva Martins, 16, de Londrina, recebeu nesta sexta-feira (4), em Dublin, na Irlanda, uma menção honrosa na Olimpíada Internacional de Linguística. A competição, encerrada na sexta, contou com a participação de 176 estudantes de todo o mundo. Martins foi um destaque individual na competição e por isso foi premiado.

Aluno do terceiro ano do ensino médio do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Martins já havia sido o primeiro colocado na Olimpíada Nacional de Linguística, cuja final foi realizada em Brasília, no mês de junho, e esta foi a sua primeira competição internacional.

"Nunca imaginei que chegaria até aqui, muito menos ganhar uma menção honrosa, porque há algum tempo eu nem sabia o que era uma Olimpíada de Linguística", diz Martins. "Toda a experiência de ter vindo para a final internacional tem sido muito enriquecedora, pois aprendi muita coisa e adquiri uma bagagem cultural que nunca teria se não fosse a Olimpíada."

As medalhas de ouro na competição individual foram para estudantes da Romênia, Bulgária, Estados Unidos, Reino Unido, Taiwan e Polônia. Já na competição por grupos a equipe de Taiwan levou o ouro, enquanto a Polônia levou a prata e a Eslovênia, o bronze.

Além de Martins, a equipe brasileira é formada por Thiago Lucas Faustino da Silva, de Itumbiara (GO), Cynthia Lacroix Herkenhoff, de Vitória (ES), e Pedro Lopes Bouças, de Jundiaí (SP). Antes da competição, que teve início em 31 de julho, eles passaram alguns dias na Polônia, um país-referência nessa modalidade de competição e que convidou a equipe brasileira para um treinamento especial.

Na prova individual, os estudantes responderam cinco questões em cerca de seis horas em idiomas como quimbundo (falada na região de Angola), birom (Nigéria) e madak (Papua Nova Guiné). Já nas provas em grupo as delegações responderam questões sobre o idioma indonésio com as suas equipes.

Os alunos brasileiros vêm tanto de escolas públicas quanto particulares e foram os melhores colocados na etapa nacional. Inovação em olimpíadas de conhecimento, a primeira etapa aconteceu por meio de um aplicativo desenvolvido pela Fractal, empresa de tecnologia do grupo de educação Vertere, que patrocinou a competição nacional e a viagem dos alunos para a Europa. Foi a primeira vez que uma olimpíada de conhecimento utilizou um aplicativo para realização das fases preliminares, o que tornou a competição mais acessível e justa para alunos de todo o País.

"A participação de estudantes em olimpíadas de conhecimento é importante porque os ajuda a desenvolver a autonomia. Normalmente na escola, pública ou privada, o aluno repete exercícios, faz provas, ele segue instruções. Mas na olimpíada ele se depara com situações totalmente desconhecidas e diante delas ele precisa decidir por ele mesmo o que fazer", afirma Bruno L’Astorina, responsável pela área de incentivo a olimpíadas de conhecimento da Vertere.

DESDE A INFÂNCIA

Participar – e vencer – olimpíadas não é uma novidade para o jovem estudante londrinense. Desde a infância, Martins já participou e terminou como medalhista de competições nacionais de matemática, inclusive conquistando duas medalhas de ouro. "Foi em grupos sobre as olimpíadas de matemática nas redes sociais que descobri a prova de linguística", contou ele, durante entrevista à
FOLHA, em junho, após se classificar para a olimpíada internacional.

"Até então, eu não sabia o que era linguística, mas fui pesquisar e descobri que o objetivo das provas é conhecer padrões para desvendar outras línguas e seus fenômenos. É muito ligado à lógica", explicou o estudante, que também gosta de línguas e começou a aprender inglês de maneira autodidata.