A sensação de insegurança é total para quem trabalha ou estuda na Escola Municipal Professor Odésio Franciscon, no Conjunto Hilda Mandarino (zona norte de Londrina). Quando chegaram ontem para trabalhar, funcionários encontraram os portões da escola arrombados. Foi a segunda ocorrência do tipo em menos de 15 dias.
Dessa vez, os bandidos não tiveram sorte. Eles chegaram de madrugada e cortaram a energia elétrica na tentativa de facilitar a invasão, mas a medida acabou por acionar a empresa terceirizada que realiza o monitoramento da escola, que acionou a Guarda Municipal. "Os guardas que chegaram ainda conseguiram ver os moleques fugindo, mas eles entraram para o meio do mato e aí não foram achados", contou a auxiliar de supervisão Martinha da Silva, enquanto funcionários da prefeitura realizavam os reparos nos portões avariados.
Na primeira ocorrência, registrada em 18 de outubro, os ladrões abriram todas as três salas e levaram tudo o que encontraram, incluindo três televisões de LED e aparelhos de DVD e rádio, usados para ações complementares de ensino para os cerca de 280 alunos da escola. "Claro que o ensino fica prejudicado. Até mesmo os alunos ficam tristes. E o pior que quem faz isso sabe o tamanho do sacrifício que foi para conseguir esse material", lamentou a auxiliar. Nenhum dos equipamentos foi recuperado.
E o mais curioso é que antes dos arrombamentos registrados neste ano, a escola que funciona desde 2000 nunca havia sido alvo dos bandidos. "A gente se sentia seguro, mas agora parece que perderam o respeito. Falta consideração e a gente fica numa sensação de impotência total", desabafou Martinha, que trabalha na escola há 12 anos.
Relatório da Secretaria de Educação aponta que o número de arrombamentos sem furto a escolas e creches municipais caiu de 22 em 2014 para 3 neste ano, um decréscimo de 87%. O arrombamento de ontem ainda não fazia parte da estatística. Houve queda também nas ocorrências com furto, de 63 para 26, o que significa uma redução de 59%. Para completar, o número de atos de vandalismo é 84% menor em 2015, que teve apenas dois casos, contra 12 de 2014.
A Secretaria de Educação não contabilizou o prejuízo causado pelas ocorrências, uma vez que vez que as reposições são de responsabilidade da empresa terceirizada contratada para fazer a segurança destes patrimônios.
A gerente de apoio logístico da Secretaria de Educação, Iolanda Gonçalves, atribui a queda no número de arrombamentos e atos de vandalismo a algumas ações preventivas realizadas pelo poder público. "Além dos serviços de alarme e câmeras monitoradas, contamos também com o serviço de vigilância desarmada, bem como a parceria estabelecida com a Secretaria Municipal de Defesa Social para atendimentos preventivos e pontuais", apontou.