Pelo menos 20% dos pacientes com casos suspeitos ou confirmados de dengue em Londrina estão com endereços desatualizados, o que tem dificultado o trabalho dos agentes do setor de Endemias. O alerta é da secretaria municipal de Saúde, que pede aos usuários a atualização de dados junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no entorno de sua casa.
Como o sistema da secretaria é integrado, sempre que o paciente é atendido na Unidade de Saúde com suspeita da dengue, as informações são transferidas, imediatamente, via web para o Setor de Epidemiologia, que, por sua vez, repassa para o Endemias.
Segundo o coordenador de Endemias, Jorge Augusto de Sá, quando o setor recebe informações dos casos suspeitos, uma equipe realiza a vistoria em cerca de 50 residências que estão no entorno do endereço cedido pelo paciente. Se for confirmado, além da inspeção é feita a dispersão de inseticida de barreira para que o mosquito seja eliminado e não vá para outros bairros. Sá explica que de 200 fichas recebidas semanalmente, cerca de 40 estão com os endereços errados.
"Várias pessoas colocam endereços de terrenos baldios, casas abandonadas e até de casas queimadas, o que acaba comprometendo o trabalho de combate à dengue", afirma Sá, acrescentando desconhecer o motivo da desatualização do endereços. Segundo ele, uma possibilidade é que as pessoas têm interesse em serem atendidas em determinadas UBS, onde o serviço é mais rápido. Ele acrescentou que a desatualização de endereços tem ocorrido em todas as regiões de Londrina.
"O que os londrinenses precisam saber é que isso dificulta o combate ao mosquito, porque leva as equipes de fumacê e de inspeção a realizar os trabalhos no local errado, deixando de atuar onde realmente é necessário. Isso desperdiça o produto, a mão de obra e o tempo dos funcionários", destacou o coordenador de Endemias.

Epidemia
Sá informou que equipes do setor de Endemias tem realizado, semanalmente, mutirões de limpeza em todas as regiões para eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A população também recebe orientações sobre a importância da prevenção contínua, a fim de evitar uma possível epidemia.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) considera que uma cidade enfrenta epidemia de dengue quando a incidência é superior a 300 casos para cada 100 mil habitantes. A Sesa divulgou no início desta semana que mais sete municípios estão com epidemia de dengue, totalizando 20 cidades.

No sábado, agentes de Endemias realizarão mutirão de limpeza nas áreas de fundo de vale e aplicação de fumacê com bomba costal nos conjuntos Santos Dumont e José Bonifácio, ambos na zona leste. No domingo, das 8 às 14 horas, o trabalho de captura e destruição de focos do mosquito da dengue segue em bairros das zonas sul e norte.

Desde o início do ano foram registradas 1178 notificações de suspeita de dengue na cidade, sendo que 124 casos foram confirmados, todos do tipo 1. Destes, 97 são autóctones e 27 foram importados - de outras cidades do Paraná e dos estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo.
A zona norte continua sendo a área que concentra o maior número de casos – 35. Em seguida vem a zona oeste com 33 casos. A zona leste concentra 21 casos e na área central foram confirmados 18 casos. Já na zona sul, o número de confirmações chega a 14. Na zona rural são três ocorrências confirmadas.