Acionada a cada vez que a Polícia Ambiental resgata um animal silvestre em perigo, a médica veterinária e professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Carmen Hilst atendeu, nos últimos 15 anos, a dez onças-pardas.
Algumas chegaram feridas por atropelamentos, uma havia sido presa por um cabo-de-aço em uma armadilha de caçadores, outras foram resgatadas em ambientes urbanos e precisavam de cuidados básicos.
Seis sobreviveram e foram reintroduzidas na natureza. O último atendimento de Carmen foi ao animal atropelado em Uraí. Era uma fêmea adolescente, de 68 quilos. Havia quebrado o fêmur de uma das patas. Infelizmente, não resistiu aos ferimentos e ao estresse provocado pela situação e acabou morrendo.
Sem um local adequado para cuidar desse tipo de felino, a veterinária acaba fazendo um trabalho quase heroico. No Hospital Veterinário da UEL não há espaço. No Batalhão de Polícia Ambiental, em Londrina, não há jaulas que permitam o manejo das onças. Muitas vezes, é preciso submetê-las a procedimentos cirúrgicos.
"Precisaríamos, no mínimo, de uma jaula de três metros por três metros, que permita manejar o animal e também dê espaço a ele para a recuperação. O que temos hoje são pequenas gaiolas, apertadas. O estresse é um fator muito importante no caso das onças", lamenta. "Inclusive, aceitamos a doação se algum empresário puder colaborar", acrescentou Carmem. (W.S.)