Imagem ilustrativa da imagem Dois mil atendimentos em um ano



A Unidade de Mama do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar) completou um ano de funcionamento em Londrina nesta semana. Nesse período a unidade totalizou 2.223 atendimentos a pacientes de 21 municípios – área de abrangência do Consórcio, se tornando um importante aliado no combate ao câncer de mama. A doença representa 22% dos novos casos de câncer no país e deve atingir este ano 57.960 pessoas, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
As mulheres encaminhadas ao setor são submetidas a biopsia e agulhamento (marcação de nódulo ou microcalcificação), feitos por um mamógrafo especial (mamógrafo com estereotaxia). A instalação da unidade contribui para reduzir a demora do diagnóstico. A dona de casa Orlanda Marques Burci, de 68 anos, de Cambé, conta que uma vez foi submetida a uma mamografia, mas o resultado demorou entre três e quatro meses. "Graças a Deus estava tudo OK, mas se fosse diagnosticada com câncer, quanto mais rápido realizassem o tratamento seria melhor", aponta.
"Reduzimos o resultado de 10 meses para 14 dias após exame de rastreamento. Agora fazemos a busca ativa dos pacientes e isso possibilita o diagnóstico precoce do câncer de mama", afirma a diretora de programação e regulação da Unidade de Mama de Londrina, Sílvia Karla Andrade. Essa busca ativa da mulher, explica, é o monitoramento de todas as mulheres que realizam mamografia nas unidades básicas de saúde. "Nós trazemos essas mulheres com até sete dias na Unidade da Mama. Todos os resultados alterados com mamografia alterada são diagnosticados em até 14 dias."
O mastologista e oncologista pélvico ginecológico da Unidade, Bruno André Di Rico, explica que trata-se de de uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) de referência no diagnóstico do câncer de mama. "Antes não havia um centro de referência de diagnóstico. Só existia a mastologia geral e o diagnóstico demorava muito. Tínhamos um consórcio com outros locais, mas não tinha uma unidade dentro do Cismepar. Hoje temos como resolver tudo no Cismepar mesmo. Você chega e, se precisar da biópsia, ela é feita no mesmo dia", explica.
Segundo o médico, no Brasil a cada 10 mil mulheres 50 conseguem ser diagnosticadas, enquanto em países desenvolvidos esse número sobe para 100. "Por que em um país desenvolvido se consegue diagnosticar mais casos? Porque o rastreio é melhor. Nossa intenção não é diagnosticar no final da doença, quando não há mais cura. Eu quero diagnosticar no início da doença para oferecer uma possível cura para ela", argumenta.
Di Rico fez parte da equipe que ajudou a montar a unidade. "Somos responsáveis por uma área de abrangência com um milhão de habitantes, fazendo o diagnóstico precoce. É uma situação que ajuda a população carente, que não possui um serviço particular de mastologia", expõe, afirmando que existe a possibilidade de expansão da unidade. "Existe o projeto de agregar microrregiões e isso estenderá a área de atuação para uma região maior", diz otimista.
Além de Londrina, outras cidades, como Maringá e Cascavel, possuem unidades da mama.