A população economicamente ativa de Londrina foi a mais atingida pela dengue no primeiro semestre deste ano. De acordo com o boletim divulgado nesta semana pela Secretaria Municipal de Saúde, a cidade contabiliza 7.356 casos confirmados. Deste total, 52,91% das vítimas têm entre 20 e 49 anos. Essa faixa etária concentra ainda duas das quatro mortes ocasionadas pela dengue neste ano, 13 dos 20 casos de febre hemorrágica e 12 dos 15 complicações por causa da contaminação, como internações por quadros mais graves.
O restante dos casos confirmados foram diagnosticados na faixa etária de 10 a 19 anos (20,74%); de 50 a 64 anos (11,56%); de 5 a 9 anos (6,35%); acima de 65 anos (4,90%); de 1 a 4 anos (3,21%) e até 1 ano (0,33%). As notificações somam 13.138 casos. O levantamento da secretaria inclui diagnósticos registrados até o dia 16 de julho. Os dados mostram um aumento de 20 casos em relação ao último boletim semanal.
Entretanto, a gerente da Vigilância Epidemiológica, Léia Pereira, ressalta que as novas confirmações referem-se a exames realizados no mês de junho. ''Existem um prazo de 15 a 20 dias entre a realização do exame e o resultado do laboratório. Portanto, todos os casos divulgados até agora referem-se ao primeiro semestre deste ano'', enfatizou.
Ela admite que a doença afeta a economia da cidade. ''Em média, os sintomas da dengue fazem com que a pessoa fique afastada, em média, uma semana do trabalho. Muitos universitários contaminados também sofreram prejuízos ao se afastar das aulas pelo mesmo período'' afirma Léia. Segundo ela, a grande preocupação é que pacientes de 20 a 49 anos voltem a contrair a doença. ''Geralmente a pessoa cria anticorpos e quando se contamina novamente acaba desenvolvendo quadros mais graves de dengue'', ressalta.
Próximos meses
Na avaliação dela, momentaneamente a dengue está sob controle, mas ainda exige cuidados. ''É comum o número de casos diminuir durante o inverno. Porém não podemos nos descuidar para que não corramos o risco de enfrentar uma nova epidemia durante a primavera e o verão. Visando estabelecer as estratégias de combate ao mosquito Aedes aegypti para os próximos seis meses, o Comitê de Prevenção de Dengue se reúne na próxima sexta-feira'', destaca Léia.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, várias ações estão sendo desenvolvidas em Londrina. ''A rotina dos trabalhos de prevenção e combate continua, como as vistorias domiciliares dos 189 agentes de endemias e as aplicações do fumacê costal. Será utilizado também, quando necessário, o bloqueio com inseticidas, eliminando o foco de criadouros, em casos confirmados da dengue'', informa o supervisor geral do setor de Endemias, Luis Alfredo Gonçalves.
Parte dos esforços atualmente está concentrada na Zona Oeste, área com maior índice de presença do mosquito da dengue. ''O último Lira (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes Aegypti), realizado em abril deste ano, mostrou que a região Oeste apresentava um índice de 1,12% da presença do mosquito da dengue, seguida das regiões Norte (0,93%), Leste (0,90%), Sul (0,72%) e Centro (0,69%). Entretanto vale ressaltar que todas a regiões exigem cuidados por parte do poder público e também de toda a sociedade'', alertou o coordenador de Endemias da Secretária Municipal de Saúde, Elson Belisário.
Segundo Belisário, um novo Lira deve ser realizado na primeira semana de agosto.