Comunitário e feito para promover pontes. Assim é o cursinho do residencial Vista Bela, na zona norte de Londrina, que está com inscrições abertas. São 50 vagas direcionadas para as pessoas que têm o desejo de prestar vestibular, estudantes do ensino médio que serão treineiros e moradores que vão fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ou a prova do Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos).

O formulário para demonstrar interesse no aprendizado é on-line e pode ser preenchido até cinco de maio. As aulas vão iniciar no dia 22 de abril, sempre de segunda a sexta-feira, das 19h30 às 21h30, na escola municipal do bairro, que cedeu o espaço por meio de parceria. Anteriormente, o curso funcionava no colégio cívico-militar, no entanto, o período noturno da instituição foi extinto com a militarização, o que inviabilizou outras atividades a noite.

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Vagas são direcionadas para pessoas que querem prestar vestibular, Enem ou Encceja; aulas devem começar em maio
Vagas são direcionadas para pessoas que querem prestar vestibular, Enem ou Encceja; aulas devem começar em maio | Foto: André Ridão / Arquivo UEL

O cursinho é uma ação da Cufa (Central Única das Favelas) Londrina e do Conexões, coletivos sem fins lucrativos que promovem inclusão e levam dignidade nas regiões periféricas da cidade com iniciativas educacionais, de saúde, sociais e culturais. Lua Gomes, coordenadora regional da Cufa e fundadora do Conexões, destacou que o pré-vestibular nasceu de uma observação que fez na época em que estava na faculdade.

“Tinha muito o desejo de fazer o percurso da UEL (Universidade Estadual de Londrina) de volta para casa e olhar para o lado e ver os meus pares ali. Como sou cria de cursinho comunitário (quando morava no Rio de Janeiro), gostaria de fomentar também a educação e promover o conhecimento para que possamos fortalecer os nossos”, frisou.

MATERIAL

Todo o ensino não tem custo e será feita a oferta de material escolar gratuitamente. “Quando se fala de universidade, abrange um universo de conhecimento e de acessos, mas isso no conceito teórico. Para conseguirmos viver na pratica é difícil. As desigualdades estão muito postas no processo da educação. Para que consigamos de fato possibilidades de ascensão social, um dos caminhos mais concretos é a educação”, refletiu.

PROFESSORES

Os professores que atuam no cursinho – que teve a primeira turma em 2018 - são voluntários e as entidades estão em busca de pessoas interessadas em colaborar. “Trabalhamos com a lógica de construção coletiva, ou seja, ninguém só ensina ou só aprende. Se alguém tiver habilidade numa determinada parte da física, história, química pode nos procurar. Não precisa ter formação especifica, mas se é bom em cálculo em química inorgânica, por exemplo, que venha contribuir”, explicou.

Os únicos requisitos são disponibilidade durante a noite e vontade de construir conhecimento coletivamente. “Não sobrecarregamos nenhum voluntário e construímos outras pontes. Às vezes o conhecimento peculiar sobre determinado assunto pode ser a dificuldade tremenda de outra pessoa. Conseguimos formular outras metodologias de aprendizado”, exemplificou.

TÍTULO

No início deste mês, o Conexões recebeu o título de utilidade pública, após projeto de lei aprovado na Câmara de Vereadores e sancionado pelo prefeito Marcelo Belinati. A iniciativa começou em 2019 e foi oficialmente formalizada dois anos depois, durante a pandemia de Covid-19, quando a entidade ajudou famílias carentes nos períodos de restrições e crise financeira provocados pela doença.

SERVIÇO – As inscrições para o cursinho comunitário podem ser feitas pelo formulário docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeG7XcUsuPp6cB3poYGyukRQuz_RTqfw0DZysUVPE8we4hOcQ/viewform . Mais informações pelo número 43 99115-3182.