Imagem ilustrativa da imagem CULTURA E EDUCAÇÃO - Como sustentar iniciativas culturais
| Foto: Saulo Ohara
"O livro é um passatempo divertido e um momento de silêncio e concentração", observa o presidente da ONG Flapt, Douglas Barbosa


A ampliação da rede de bibliotecas em Londrina não entrou na pauta do Conselho Municipal de Cultura. Mas os conselheiros têm questionado a restrição de horário da unidade central, que não funciona mais aos fins de semana. "Biblioteca tem que abrir a noite e fins de semana. Funcionando apenas em horário comercial você priva o acesso do trabalhador", ressaltou o professor Flávio Freire, membro do conselho.

Ele entende que é necessário fazer uma remodelação das bibliotecas para valorizar a leitura. "A leitura é uma necessidade básica do indivíduo. Ela funciona não só para o estudante, mas para aquele cara que quer procurar emprego. É preciso remodelar as bibliotecas e você só faz isso com renovação do acervo", ressaltou Freire.

O conselheiro pretende discutir a questão da compra de acervo no próximo ano. "Tem que ter um orçamento na Secretaria de Cultura para compra de equipamentos e acervo. A biblioteca não pode atender apenas quem procura livro literário, mas todos os segmentos de cultura. Quem faz teatro, quem trabalha com artes visuais, dança, precisa de literatura. Precisam das bibliotecas", afirmou.

De acordo com a secretária de Cultura, Solange Batigliana, a prioridade é a organização da biblioteca da região sul, que deve ser entregue em 2017. Ela afirmou que para implantação de mais unidades seria necessária a captação de recursos. Em relação à aquisição de acervo, Solange explicou que os recursos para esse fim foram direcionados para a retomada da Casa da Criança – o espaço foi revitalizado, voltou a ser sede da secretaria e abriga a Biblioteca Infantil.

Ela comentou que as discussões sobre as bibliotecas é algo novo nas conferências municipais de Cultural. "Esses apontamentos até pouco tempo não apareciam nas conferências. Surgiu nas duas últimas. A comunidade cultural vai ter que se mobilizar cada vez mais", ressaltou.

Com o orçamento do município cada vez mais apertado, Solange afirmou que é preciso fazer uma discussão de como sustentar as iniciativas culturais diante desse cenário. Uma saída, de acordo com ela, seriam as parcerias com a sociedade. "Várias bibliotecas e museus contam a associação de amigos. Este seria um caminho", disse.

Uma comissão de gestores culturais foi criada para dar diretrizes técnicas de como deve funcionar o Sistema Municipal de Bibliotecas. "Hoje, temos 85 bibliotecas escolares que fazem parte de um sistema que precisa ser dinamizado. É importante que esse sistema seja repensado e que se coloque num caminho de protagonista. Com isso, teríamos oportunidades de ação cultural no bairro", afirmou Solange.

Segundo a secretária, essas bibliotecas escolares poderiam ser abertas à comunidade suprindo a necessidade de bibliotecas públicas. Mas o trabalho da comissão ainda é embrionário.