Chegou aquele momento de pensar no que aconteceu no ano que está terminando e se planejar para o próximo ciclo. Traçar metas, fazer promessas, se alegrar pelas conquistas ou refletir sobre o que não conseguiu colocar em prática no período que passou. É nessa época que são construídas muitas resoluções, mas que acabam não sendo cumpridas por falta de planejamento. A psicóloga Paula Cordeiro, de Londrina, afirma que as pessoas não precisam reduzir as expectativas em relação ao próximo ano e nem serem extremamente otimistas. "A gente tem que lidar com a realidade. Não se pode construir uma perspectiva nem pior, nem melhor. Se cada um olhar para a sua vida vai perceber que, além de coisas ruins, houve muitas coisas boas e muitas coisas neutras, que não foram nem boas e nem ruins", apontou.

Segundo a psicóloga, as pessoas têm a mania de não enxergar coisas que deram certo e olhar com uma lente de aumento para tudo que não saiu como era esperado. "A primeira coisa a avaliar é se as frustrações estão de acordo com a realidade. É preciso ver se a pessoa não conseguiu cumprir um objetivo ou se não conseguiu chegar lá ainda, mas essa meta ainda está em construção. Metas e resoluções têm que ser compreendidas como passos menores. Dividindo um objetivo maior em pequenas etapas fica mais fácil de se chegar nele", afirma.

A especialista ressalta que mesmo as frustrações são parte da vida. "A gente não pode ignorar que existam, mas elas devem ser de um tamanho real, não podem ser nem maior nem menor do que realmente são", aconselha Paula.

Sobre como o planejamento para 2017 deve ser realizado, ela explica que isso varia muito de cada um. "Se a pessoa quer ganhar mais, como deve fazer para chegar lá? É muito vago. A pessoa deve trabalhar mais para ganhar mais ou conseguir isso mudando de emprego? Depende muito de cada um e a gente não precisa ficar muito nessa ânsia de atingir as metas, mas pensar sobre elas e planejá-las mesmo", aconselha.

Conforme a psicóloga, é importante que junto com os planos e sonhos venham as ações para realizá-las. "No lugar de emagrecer, o plano pode ser se matricular em uma academia; o projeto de trocar de emprego pode ser substituído por reorganizar e distribuir currículos", exemplifica. E é fundamental, ressalta ela, levar em conta que nem sempre as metas dependem apenas de uma pessoa para serem realizadas. "Casar e ter filhos, por exemplo, dependem de outras pessoas", cita.

Além dos planos para 2017, no fim de ano existe uma tendência de querer resolver atritos. "Mas isso pode criar um conflito maior e que pode virar uma lavação de roupa suja. As pessoas precisam tentar ser um pouco mais leves durante o ano inteiro, e não só nesta época do ano. Não se deve levar tanto para o pessoal ou de maneira tão definitiva. Se acontece um fato que a irritou, a pessoa precisa pensar em que isso altera a vida dela. Às vezes nem sempre tem o que resolver", aponta a profissional do Núcleo Evoluir em Londrina.

OPORTUNIDADE
A coaching de liderança e carreira, Thaís Bruschi, destaca que toda crise é um momento de oportunidade. "Eu tive clientes que cresceram muito na crise. Muitos analisaram que se continuassem o que estavam fazendo não conseguiriam ter sucesso e partiram para o plano B e obtiveram mais resultado do que a 'vidinha' que estavam tendo", relata.

Thaís ressalta que, além de analisar o que não deu certo e criar novas estratégias, o primeiro ponto para o planejamento de 2017 é conversar com as pessoas que são importantes e tentar colocar no papel cinco coisas que quer realizar no novo ano. "Após desenhar um plano para que isso aconteça, é preciso dividi-los em metas menores e mensurar isso", orienta. Se, por exemplo, a pessoa coloca na cabeça que quer melhorar o inglês, qual o critério para medir isso? "Se a pessoa estabelece que quer assistir filmes sem legenda, é um critério, mas se ela não coloca isso como meta, mesmo conseguindo entender o filme, ela fala que não melhorou tanto quanto gostaria", aponta.

Segundo Thaís, as pessoas colocam a falta de dinheiro, tempo e conhecimento como desculpa. "Tudo é uma questão de prioridade, de qual é o objetivo, para conseguir atingi-lo. Como vou me organizar e ser mais produtivo, fazer mais com menos tempo. Quando o foco está definido, tudo fica mais fácil", aponta. Segundo Thaís, se a pessoa não tem conhecimento, existem muitas maneiras de se adquirir esse conhecimento gratuitamente. "A pessoa que quer realizar um sonho, mas não tem dinheiro, pode se estruturar para que se consiga isso. Já o tempo, todo mundo tem o mesmo recurso", analisa.