Segundo diretor da companhia, foram escolhidos bairros afastados do quadrilátero central e que estavam há tempos sem receber manutenção
Segundo diretor da companhia, foram escolhidos bairros afastados do quadrilátero central e que estavam há tempos sem receber manutenção | Foto: Anderson Coelho



Na esquina da Rua Girassol com a Rua Flor de Jesus, no Jardim Interlagos (zona leste de Londrina), moradores e comerciantes do entorno já se acostumaram com os frequentes acidentes envolvendo carros e motocicletas. Para tentar reduzir as ocorrências nesta esquina e em outros locais do bairro, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) iniciou esta semana a recomposição da sinalização viária nos jardins Interlagos, Santa Fé, Morumbi e Vila Fraternidade, todos na região leste.
As atividades envolvem a pintura de 2,8 mil m² de asfalto, além da limpeza, reforma ou implantação de novas placas. O diretor de Trânsito da CMTU, Hemerson Pacheco, explicou que foram escolhidos bairros afastados do quadrilátero central e que estavam há tempos sem receber manutenção. O serviço será estendido a outras regiões da cidade de acordo com a disponibilidade de mão de obra e equipamentos. "Faremos um revezamento entre bairros das quatro regiões", garantiu.
Até sábado (dia 18), a expectativa da CMTU é sinalizar 335 paradas obrigatórias em cruzamentos, 42 quebra-molas, 12 legendas de avisos, sete marcas de canalização, quatro faixas de pedestres, além de uma vaga para o estacionamento de ambulâncias, uma vaga de portador de necessidades especiais e uma de idoso.
Nas regiões atendidas, os trabalhadores também vão implantar o chamado "kit escola" no entorno de escolas, Centros de Educação Infantil e Unidades Básicas de Saúde (UBS). O kit inclui pintura de faixa vermelha e branca na saída dos estabelecimentos, reforço das legendas de sinalização e implantação ou reforma de placas avisando que a velocidade máxima permitida é de 30 quilômetros por hora. "Também estamos aproveitando o contato com os moradores para ouvir outras demandas", disse.

PERIGOSO
A comerciante Juliane Maria Gonçalves é dona de um açougue na rua Girassol e garante que os acidentes são constantes diante do aumento de fluxo de veículos na região. "O pessoal não respeita a sinalização, acredito que só pintar não vai resolver, precisamos de quebra-molas e um semáforo", pede ela, que costuma assistir uma média de quatro acidentes mensais no local. "O comércio desenvolveu e o movimento aumentou. O local ficou perigoso", diz.
Outra comerciante, Lucília Alves Vieira, acredita que a pintura será útil para avisar os motoristas mais distraídos que passam por lá. "Depois que inaugurou o Shopping Boulevard, aumentou o movimento de carros que passam por aqui vindos de Ibiporã. Eles não respeitam o limite de velocidade, ficou perigoso", lamenta.
Lucília tem netos que vão sozinhos para a escola e fica preocupada com atropelamentos. "A gente sempre pede para tomar cuidado, mas o melhor é ter sinalização", acredita.
Na Avenida Jamil Scaff, o entorno de uma creche que ainda não recebeu sinalização é motivo de preocupação para quem mora ou trabalha na vizinhança. "As crianças atravessam sozinhas e muita gente passa no meio do canteiro, não chegam até a faixa", conta o balconista Marcos Márcio da Silva Filho. Ele reclama também que os carros não respeitam o limite de velocidade. "Seria bom instalarem quebra-molas", pede. Outro problema da região são os alagamentos nos dias de chuva. "Além de ficar perigoso, os consertos feitos no asfalto estragam a cada chuva. Seria bom recapearem tudo."
Outra moradora da região, a professora Valdane Jorge, denuncia que motoristas disputam rachas na Avenida Mário Perez e que a falta de semáforos e quebra-molas está até impedindo os moradores de fazer caminhadas na via. "Eu mesma parei de caminhar porque quase fui atropelada", relata.
Pacheco, da CMTU, informou que as reclamações dos moradores estão sendo consideradas, mas que não há previsão de implantar equipamentos como semáforos e quebra-molas porque essas ações demandam outros órgãos públicos, como secretaria de Obras e Ippul. "Estamos repassando as demandas para os responsáveis", disse.