A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) assumiu oficialmente, nesta segunda-feira (25), os serviços que tratam de bem-estar animal em Londrina. Uma cerimônia realizada no gabinete do prefeito Marcelo Belinati marcou a transferência da política pública da Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) para a autarquia. Em dezembro do ano passado, a Câmara aprovou o projeto de lei encaminhado pelo Executivo que estabelecia a alteração.

A promessa é de que a partir de agora deverão ser implementados novas medidas de proteção e defesa dos animais. A principal é a contratação de uma empresa que vai oferecer atendimentos clínicos para casos de menor complexidade, exames rápidos e a coleta e destinação de corpos de animais mortos, de pequeno ou grande porte.

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Além disso, a terceirizada também será a responsável pelo Samuvet, que vai contar com uma equipe de veterinários que ficará 24 horas por dia à disposição para socorrer animais vítimas de acidentes e de maus-tratos. “Inicialmente (os serviços) serão direcionados para o público de baixa renda, pessoas que não têm condição de dar o devido tratamento a estes animais”, destacou o presidente da CMTU, Marcelo Cortez.

A proposta é de que seja feito um censo dos animais, combatendo o abandono. “Cada animal que for atendido na clínica será chipado e cadastrado, sendo vinculado ao seu tutor, para que quando haja um abandono ou maus-tratos, tenhamos quem responsabilizar”, explicou. A licitação, ainda a ser publicada, tem custo anual de cerca de R$ 3 milhões. A projeção é de que os serviços entrem em funcionamento em maio.

CENTRO DE BEM-ESTAR

O Castramóvel segue sendo executado por uma terceirizada já com vínculo junto ao município. Outro projeto é a construção do Centro de Bem-Estar Animal no jardim Alpes, na zona norte. Em dezembro, a FOLHA mostrou que o compromisso da prefeitura era iniciar a obra em janeiro. No entanto, isso não aconteceu. O município informou nesta segunda que ainda faltam autorizações ambientais, em razão da necessidade de erradicação de árvores, mas que o assunto deverá ser superado nas próximas semanas.

A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização terá um orçamento inicial de R$ 9 milhões para as ações voltadas aos animais. São R$ 6 milhões de recursos do poder público e outros R$ 3 milhões oriundos de emenda parlamentar do deputado federal Diego Garcia.

ESTRUTURA

Apesar de ser criada há apenas cinco anos na estrutura da Sema, a diretoria de Bem-Estar Animal não vai ter os servidores direcionados para a CMTU. De acordo com Cortez, os próprios funcionários da companhia vão absorver a demanda animal. “Vamos absorver com a mão de obra que temos. Teremos uma diretoria de Bem-Estar Animal, mas, por enquanto, (a demanda) será acumulada pelo diretor de Operações.”

O prefeito Marcelo Belinati defendeu a mudança de responsabilidade sobre a política pública animal na cidade. “É um avanço, porque a CMTU tem mais estrutura. Criamos toda a política pública da causa animal, como banco de ração, o Castramóvel, recolhimento de animais de grande porte. É uma mudança acompanhada de ações que serão implementadas”, pontuou.

O chefe do Executivo londrinense ainda garantiu que a Sema terá mais disposição para trabalhar na liberação de licenças ambientais. “Londrina conseguiu trazer para a responsabilidade do município grande parte das licenças ambientais. Isso promete agilizar processos e procedimentos, como obras, melhorias, construções da iniciativa privada e poder público. Essa também foi uma das razões para a transferência do serviço para a CMTU. A Sema fica com foco absoluto na questão ambiental e de licenciamento, frisou.