Tombada pelo Patrimônio do Paraná desde a década de 1970, a praça Rocha Pombo, no centro de Londrina, está com seu principal atrativo deteriorado. O chafariz que fica no meio do espaço, que outrora atraia visitantes e servia para o registro de fotos, hoje está desligado e com sinais de abandono. A água está turva, o piso que reveste a estrutura repleto de sujeira e ainda com lixo, que vai de camiseta a embalagem de preservativo.

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O descuido, que atinge os dois pontos do espelho d’água, começou há cerca de duas semanas. Um cenário que assusta quem passa pela região, que fica ao lado do Terminal Central e em frente ao Museu Histórico. “É feio para a cidade um lugar como esse desse jeito. Vi até uma pomba morta dentro da água. A prefeitura precisava cuidar”, comentou a dona de casa Gláucia Borges.

No chafariz existe uma placa com os dizeres “ajude a cuidar do que é nosso”. “Parecia até ironia ter esse recado, mas estar desse jeito. A sujeira de lixo é a falta de educação das pessoas, mas o jeito que está a água, correndo risco até de ser criadouro do mosquito Aedes aegypti, é de responsabilidade do município”, constatou o vendedor Claudiano Bastos.

POLÊMICA

A praça foi revitalizada há cinco anos, com troca de fiação, pintura, e a recuperação do mobiliário e reservatório de água. O chafariz foi religado em 2018. Neste ano, o espaço virou alvo de polêmica após a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) pintar paredes, bancos e lixeiras com cores vibrantes sem consultar a Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná, vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, já que é um local tombado.

JOGO DE EMPURRA

A FOLHA procurou a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, que informou que em "local de patrimônio histórico apenas realiza a execução da roçagem". Já o secretário municipal de Cultura, Bernardo Pelegrini, afirmou que a “manutenção das praças de Londrina é responsabilidade da CMTU.”

“O prédio do (Vilanova) Artigas é tombado pelo IPHAN (Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional), que estabelece regras para o entorno, no caso, a praça Rocha Pombo. A CMTU deve se dirigir à secretaria de Cultura do Estado do Paraná”, frisou.

A lei municipal de 2022, que dispõe sobre a estrutura organizacional da administração direta e indireta do município, diz no artigo 19 que cabe a "secretaria municipal de Cultura levantar, divulgar, gerir e preservar o patrimônio histórico, natural e cultural do município e a memória material e imaterial da comunidade, especificamente, com atividades necessárias à manutenção, desenvolvimento e administração do Patrimônio Histórico, Natural e Cultural de Londrina."

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