Vegetação em excesso prejudica os pedestres e atrapalha a visão dos motoristas
Vegetação em excesso prejudica os pedestres e atrapalha a visão dos motoristas | Foto: Fotos: Saulo Ohara



Ano após ano, quando chega o verão, o problema se repete. O mato alto toma conta de Londrina. A vegetação encontra o clima ideal para se desenvolver e se propagar, devido à combinação de temperaturas altas e chuvas. O resultado é que a população acaba tendo que lidar com as inconveniências. Se o mato alto cresce até nas calçadas, muitos pedestres optam por caminhar no meio da rua, dividindo as vias com os carros. Nos canteiros centrais das avenidas esse mato prejudica a visão dos motoristas. Isso sem contar que qualquer lixo fica escondido em meio à vegetação, podendo se tornar criadouro de mosquitos transmissores de doenças como a dengue, chikungunya e o zika vírus. Ratos, gambás, baratas e outros insetos também podem se aproveitar desse lixo escondido em meio às folhagens para encontrar abrigo e alimento. Criminosos também aproveitam o mato alto para se esconder.
É difícil dizer uma região em que não haja mato alto. A servidora pública aposentada, Armezina Ferreira está residindo temporariamente na casa da filha, no Jardim Catuaí (zona norte) e concorda que esse mato alto contribui para o acúmulo de lixo. Ela aponta o canteiro central da avenida em frente de para mostrar que o problema tem sido constante. "A última pessoa que capinou aqui em frente foi a minha filha. A prefeitura nem passou aqui", reclama.
No Conjunto Maria Cecília, também na zona norte, o porteiro aposentado Milton Rodrigues Pereira não quis esperar a prefeitura, pegou a sua enxada e começou a capinar a praça do bairro, na Avenida Gines Parra. "Esse mato alto é perigoso, pode causar acidente. As pessoas andam no meio da rua, por isso tenho limpado principalmente as calçadas", explica.
Morador do Maria Cecília há 33 anos, ele relata que sempre cuidou do bairro. Cultivou hortas no bairro até que a prefeitura solicitou o espaço de volta. "Eu cheguei de Minas Gerais e adotei Londrina em 1976, como se fosse o lugar em que nasci. Entra prefeito e sai prefeito, não importa. A gente quer o bem do povo", diz, enquanto capina solitariamente.
A dona de casa Maria Eneida Casavelha, moradora do Jardim Paraíso (zona norte), afirma que já procurou a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) pelo menos cinco vezes para solicitar a capina e roçagem na rua de sua casa.
"Eles falam sempre que vão dar um jeito, mas não resolvem", lamenta mostrando que o capim e o colonião superam o dobro de sua altura.
Ademar Tobias dos Santos mora há 25 anos no bairro Jardim Alpes (zona norte) e falou com a reportagem enquanto esperava o ônibus em um ponto do transporte coletivo, praticamente escondido pelo mato alto. "É difícil eles roçarem aqui. Eles roçam na Avenida Liberdade, mas no meu bairro mesmo ninguém vem", reclama.

O aposentado Milton Rodrigues Pereira não quis esperar o serviço da prefeitura: pegou a enxada e começou a capinar a praça
O aposentado Milton Rodrigues Pereira não quis esperar o serviço da prefeitura: pegou a enxada e começou a capinar a praça



PRORROGADO
Na zona norte a metragem de capina e roçagem prevista para o mês é de 700 mil m², dos quais já foram executados 181.739,16 m². Na manhã de quinta-feira (12), a reportagem encontrou a equipe da empresa terceirizada realizando o serviço no canteiro central da Avenida Curitiba e também no entorno do Lago Cabrinha.
Segundo a assessoria de comunicação da CMTU, o contrato de capina e roçagem foi prorrogado no final da gestão anterior por três meses. As equipes estão trabalhando nesta semana nas zonas norte e oeste. A assessoria informa que a programação do serviço fica disponível no site da CMTU (http://www.cmtuld.com.br/) na aba da Diretoria de Operações.
Reclamações sobre as atividades de limpeza podem ser feitas no 3379-7900, no Serviço de Atendimento à Comunidade (SAC) da CMTU.
Sobre os terrenos particulares, a prefeitura publicou no Jornal Oficial um comunicado para que os proprietários façam a capina. Caso os responsáveis não cumpram a determinação em 15 dias a partir da data de publicação, a CMTU pode fazer o serviço e multar o proprietário do terreno. Além da multa de R$ 2 por metro quadrado, são adicionadas mais despesas de taxa de administração e correção monetária que depois são cobrados do contribuinte.