O advogado Armando Saruhashi diz gastar muito com combustível: são 400 litros por semana
O advogado Armando Saruhashi diz gastar muito com combustível: são 400 litros por semana | Foto: Marcos Zanutto



Comprar um carro é o terceiro maior sonho do brasileiro, atrás apenas das viagens nacionais e internacionais. Isso é o que diz pesquisa do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz. Na empolgação de adquirir um automóvel, muitas pessoas acabam com o orçamento comprometido por não terem previsto as despesas que acompanham esse sonho. Por isso, antes de comprar um veículo, é bom se certificar de que o orçamento doméstico comporta mais esse gasto e seguir algumas recomendações para fazer mais economia com este bem.

"As pessoas acham que carro é investimento, mas não é. É gasto e despesa", afirma José Vignoli, educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz. Dentre as tantas despesas que os brasileiros já possuem no dia a dia, eles devem incluir no orçamento, além das prestações, os gastos com combustível, o seguro, o IPVA, a manutenção e a conservação, o estacionamento e a cadeira do bebê se forem adquirir um veículo.

Lourival Barreiros, técnico em informática, roda bastante pela cidade e pretende trocar de carro para economizar no combustível
Lourival Barreiros, técnico em informática, roda bastante pela cidade e pretende trocar de carro para economizar no combustível



O combustível, na opinião do advogado Armando Osamu Saruhashi, é a maior das despesas do seu carro. Por causa de sua profissão, Saruhashi precisa rodar bastante pela cidade. "Consumo 400 litros por semana. Mas não tem outro jeito, a gente tem que digerir." Para tentar economizar, o advogado diz que abastece sempre no mesmo posto e coloca uma quantidade maior de combustível.

Já para o técnico de informática Lourival da Silva Barreiros, "tudo" relacionado ao automóvel tem impacto no orçamento. "IPVA, combustível... Tenho que trocar meu carro, que é mais para passeio. É um carro muito caro", diz, referindo-se ao consumo de combustível. Em apenas um dia, Barreiros conta que rodou 97km na cidade. Para ele, que roda Londrina entregando equipamentos, o carro é indispensável. "É como se fosse minhas pernas."

Imagem ilustrativa da imagem Sonho dispendioso



Economia
A primeira providência a tomar para reduzir gastos com o carro é fazer uma escolha racional, afirma Vignoli. "Qual o objetivo de ter um carro, quantas pessoas vão usar, quais os equipamentos essenciais. Muitas pessoas acabam se empolgando e comprando um carro que está acima do que precisam." Feito isso, deve-se pesquisar o melhor automóvel para o fim desejado. Uma boa fonte de pesquisa, diz o educador financeiro, são os taxistas, que podem dar informações como o custo de manutenção e o consumo do modelo que utiliza.

Procurar saber o preço do IPVA e do seguro do automóvel desejado é outro alerta. "Muitas vezes o carro é popular, mas muito mais visado, então o seguro é mais caro." A desvalorização também tem forte impacto sobre o custo do carro. "O carro sempre desvaloriza. Por natureza, se desgasta e desvaloriza. Às vezes você compra um carro e um ano depois cai o preço porque há pouca procura no usados, a manutenção é cara e fica com um dinheiro valendo menos."

O que pesa mais no orçamento, na opinião do educador financeiro, é o combustível. "Existem algumas despesas como estacionamento, flanelinha, lavagem, conservação que também custam", ele completa. "Eu vejo em São Paulo muitos carros batidos, porque a pessoa não arrumou. Tem que estar preparado para isso e ter dentro do orçamento uma reserva para eventuais coisas que aconteçam com o carro."

O barato que sai caro

Quem tem um carro em casa não pode deixar de fazer a manutenção preventiva a cada 10 mil Km rodados, a troca de óleo, de filtros e de pneus a cada 60 mil Km a 70 mil Km, o alinhamento e o balanceamento do carro. São serviços que geram despesas, mas deixar de fazê-los é "aquele barato que sai caro", avisa Beto Reis, presidente da Associação Nacional dos Franqueadores de Vistorias (Anfravist) e especialista em vistoria veicular da Rede Super Visão Vistorias Automotivas. "Deixar de trocar óleo danifica o motor e sai muito mais cara a manutenção. Conferir a calibragem, o balanceamento e o alinhamento pode salvar a vida útil dos pneus. Fazer o rodízio dos pneus também melhora a vida útil." Isso sem contar que um carro bem preservado tem revenda mais rápida, observa Reis.

Combustível
"Para muita gente, o combustível é parte significativa do orçamento", comenta ele ainda. Além de abastecer sempre em um mesmo posto para evitar combustível adulterado, utilizar o carro da forma correta também ajuda a diminuir o consumo, afirma o especialista. Andar sempre dentro dos limites de velocidade e saber a hora certa de trocar a marcha são exemplos. Também é sempre bom evitar bagagem desnecessária e fugir do trânsito para evitar ter que arrancar e parar muitas vezes.

Manter o alinhamento, o balanceamento e a calibragem sempre em dia é outra dica. Caso não estejam, o motor precisa fazer mais força para rodar e, consequentemente, consome mais combustível, explica Reis. Se o carro estiver descalibrado, o consumo pode subir até 20%. (M.F.C.)