O setor de motocicletas projeta produção de 910 mil unidades em 2017, o que representa um incremento de 2,5%
O setor de motocicletas projeta produção de 910 mil unidades em 2017, o que representa um incremento de 2,5% | Foto: Gina Mardones/28-04-2017



As vendas de motocicletas no Paraná registraram retração de 10,5% no primeiro trimestre deste ano, no entanto, a queda é inferior à média nacional (12%). Segundo dados da Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o acumulado da produção nacional registrou uma leve alta de 1,8%.
Em abril, as vendas no varejo tiveram um recuo de 21,6% comparado com o mês de março. Apesar da queda, a Abraciclo avalia como positiva a estabilidade no volume de vendas diárias (3,6 mil unidades).

"Em abril, tivemos um fator novo que foi a redução de dias úteis e mesmo assim manteve o patamar de unidades vendidas. Isso demonstra uma estabilidade. Acredito que essa média deve continuar até setembro", comenta José Eduardo Gonçalves, diretor-executivo da Abraciclo.
As motocicletas de até 160 cilindradas, consideradas de pequeno porte, são as mais procuradas. Representam em torno de 80% a 85% das compras. A agilidade na mobilidade, os custos do combustível e da tarifa de transporte público tornaram a aquisição das motocicletas atrativas aos consumidores, principalmente das classes C,D e E.

Os financiamentos por CDC (Crédito Direto ao Consumidor) representam 38% das formas de pagamento este ano, seguidos pelos consórcios (31%) e pagamento à vista (31%). No ano passado, os financiamentos eram utilizados em 33,4% dos negócios.

"Esse aumento, em parte, é um reflexo de uma parceria que a Abraciclo fechou com a Caixa, para uma linha de crédito especial. Mas também mostra que as instituições financeiras estão liberando crédito", disse Gonçalves. Para o diretor, a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) inativo vem ajudando o consumidor a colocar as contas em dia e liberar o crédito.

MAIS FLEXIBILIDADE
Para Sônia Maria Novaes, proprietária da Suzuki Ciclo Mobys, as vendas estão estabilizadas, apesar do movimento em abril ter sido mais fraco do que os três primeiros meses do ano. Ela afirma que poderia haver um volume maior de negócios, caso houvesse maior flexibilização das financeiras.

A concessionária tem registrado aumento na prestação de serviços. "As pessoas estão preferindo arrumar as motos para economizar um pouco, assim como procurado comprar mais seminovas", comentou.

ATACADO
As vendas para as concessionárias somaram 61.342 unidades em abril, correspondendo a uma queda de 23,7%, em comparação a março (80.372 motocicletas). Em relação a abril de 2016 (72.197), houve retração de 15%. Já nos primeiros quatro meses do ano, a comercialização no atacado teve recuo de 3,6%, com 277.162 unidades, contra 287.569 no primeiro quadrimestre de 2016.

Nas operações de exportação, o segmento de motocicletas registrou retração de 33,5%, passando das 5.722 unidades de março para 3.804 motos em abril. Na comparação com o mesmo mês de 2016 (4.122), as exportações também registraram queda, de 7,7%. Porém, se analisado o acumulado de 2017, a comercialização para outros países teve aumento de 18,9% (17.871 em 2016 ante 21.248 unidades em 2017).

Em abril, os principais destinos das motocicletas fabricadas no Brasil foram Argentina (68,5%), Austrália (5,9%), Estados Unidos (5,7%), Colômbia (5%) e Canadá (4,6%), entre outros países, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

O setor de motocicletas espera uma produção de 910 mil unidades em 2017, o que representa um incremento de 2,5%. Mas as vendas no varejo (- 1,1%) e no atacado (-4%) são devem ter um desempenho positivo, no entanto, o mercado exterior apresenta um crescimento de 57,3%, na projeção da entidade. "A Argentina está respondendo muito bem", afirmou Gonçalves.