Dirigir sem pesar tanto no bolso
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terça-feira, 27 de junho de 2017
Aline Machado Parodi <br>Reportagem Local
Nos últimos três anos a inflação ficou na casa dos 7,7%, enquanto o preço da gasolina aumentou em torno de 14,2%. Para equilibrar os gastos com o combustível, o motorista que não abre mão do veículo precisa prestar atenção no modo de dirigir e manter as revisões em dia.
O jeito de conduzir o veículo impacta no consumo de combustível. Andar acima dos 100km/hora aumenta o gasto de gasolina. O constante freia e acelera da cidade também pesa no bolso. Faz com que o carro consuma em média 20% a mais.
"Uma pessoa que anda só dentro da cidade gasta mais, pois ela freia e acelera mais. Um carro desalinhado faz com que tenha um arrasto dos pneus, com isso desgasta mais o carro, que se torna mais pesado. Andar com os vidros abertos também influencia na aerodinâmica e no desempenho do carro. Modelos com câmbio automático também dão diferença no consumo, pois o giro é maior e consome mais combustível do que os manuais", explica Leonardo Borges Pereira, gerente de pós-vendas da Vernie Citröen.
Fazer as revisões em dia também ajuda a economizar no posto de combustível. "Se você fez a revisão, trocou o filtro de combustível, as velas, abasteceu com combustível de qualidade, terá um custo menor de manutenção e consumo", orienta o especialista.
Pereira lembra que manter as revisões em dia reduz o custo de manutenção. "As pessoas vão deixando de fazer as revisões e o carro vai desgastando e chega um ponto que compromete freios, embreagens e, ao somar tudo, o valor de troca ficará alto e daí assusta", diz. A linha Citröen trabalha com revisões a cada 10 mil km rodados.
Também é importante fazer a troca de óleo dentro do prazo recomendado para evitar o desgaste das peças. Óleo vencido pode criar uma borra dentro da bomba de combustível, entupir o equipamento e comprometer o funcionamento do motor. Não esquecer de verificar os freios, injeção eletrônica, filtros, embreagem e óleo da embreagem no caso de carros com câmbio manual.
A direção segura também ajuda o motorista a poupar dinheiro com manutenções e reparos fora de época. "Um exemplo fácil de economia é o uso da força do motor para frear o carro, ou seja, diminuir as marchas com o carro em movimento e tirar o pé da embreagem enquanto freia o veículo. Dessa forma, ele consegue economizar não só as pastilhas de freio, mas também o combustível", comenta o especialista Gerson Burin, coordenador técnico do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária da MAPFRE).
Ponto morto
Outra prática muito comum, prejudicial e recorrente entre os condutores é o costume de dirigir por muito tempo no ponto morto ou na popularmente conhecida banguela. Esse vício pode afetar o sistema de frenagem do veículo ao descer a serra sem estar engatado, por exemplo. Nestes casos os freios são acionados com mais frequência e por consequência esquentam, sem ter o tempo suficiente para esfriar e, com isso, perdem eficiência.
Uma dica do especialista para os motoristas de pés pesados "é evitarem as acelerações e freadas muito bruscas. Isso gera mais consumo de combustível, desgaste dos freios, dos amortecedores e até mesmo dos pneus. Por isso, é indicado que o condutor acelere e freie de maneira mais suave para que todos os itens citados tenham maior durabilidade".
Inverno exige atenção com os componentes do veículo
O inverno pode causar algumas surpresas aos motoristas, principalmente para aqueles que abastecem com etanol. Com as temperaturas mais baixas, é preciso acelerar mais para esquentar o etanol, o que provoca o aumento do consumo.
Mas o frio também pode afetar o funcionamento de outros itens como bateria, pneus, palhetas, ar-condicionado e partida no motor. O coordenador técnico do Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária da MAPFRE), Gerson Burin, afirma que a atenção especial aos componentes do carro pode fazer a diferença no seu desempenho mecânico e elétrico.
Os motoristas podem ter problemas antes mesmo de sair de casa ao tentarem dar a partida no carro. "A persistência em tentar fazer o veículo pegar pode provocar a descarga mais rápida da bateria, pois é justamente nesses períodos que elas são mais exigidas e, como consequência, há mais trocas do item pelo desgaste provocado pelas tentativas de partida até o motor funcionar", explica o especialista.
Outra dica é verificar a indicação do manual do proprietário sobre os óleos e os aditivos. "Em temperaturas baixas, os aditivos do carro têm uma função extremamente importante que é de evitar a corrosão de várias partes do sistema de arrefecimento. Com o frio, é indicado que o motorista use um óleo lubrificante menos viscoso recomendado pelo manual do proprietário, pois eles facilitam a lubrificação nos primeiros momentos de funcionamento do motor", aconselha Burin.