O acesso ao porta-malas é apontado nas revendas como outra vantagem nos modelos compactos
O acesso ao porta-malas é apontado nas revendas como outra vantagem nos modelos compactos | Foto: Marcos Zanutto


Esportivo, barato e cabe em qualquer lugar. Essas características tornaram os modelos hatchs os queridinhos do brasileiro. Entre os dez zero quilômetros mais vendidos este ano, oito são hatch. Eles também têm os melhores desempenhos de revenda. Um levantamento da plataforma AutoAvaliar apontou que o HB20 2014 (Hyundai), Onix 2014 (Chevrolet) e Palio 2013 (Fiat) estão entre os veículos seminovos com maior giro de venda nas concessionárias, permanecendo em média 13 dias no estoque.

Os modelos da Hyundai e da Chevrolet também são os líderes de mercado no zero km. O diretor da AutoAvaliar, Daniel Nino, explica que o sucesso da HB20 e do Onix está associado ao pós-venda. "São produtos com um giro muito rápido em função do custo de manutenção e preço de revenda", afirma. Segundo o diretor, o brasileiro demonstra uma paixão pelas SUVs, mas o preço elevado deixa o acesso distante da realidade dos consumidores, abrindo espaço para os compactos. "É um carro mais econômico, que trata mais a realidade do País", afirmou.

São carros mais compactos, que consomem menos na cidade e com preços de seguros mais acessíveis. "As montadoras estão oferecendo um programa de pós-venda mais transparente. O cliente já sabe quanto vai gastar com as revisões. É uma compra segura", comenta.

Centímetros
O hatch é um modelo mais esportivo e para quem não se preocupa com espaço de bagagem. O novo Cruze Sport6, por exemplo, é 22 centímetros mais curto que a versão LT sedan. O Onix é 35cm menor do que o Prisma. Essa diferença facilita a mobilidade na cidade. "Facilita na hora de conseguir uma vaga de estacionamento ou de manobrar dentro de um condomínio", comenta Waldir de Rezende Filho, diretor comercial da Metronorte e dono de um Cruze hatch.

Rezende já teve um sedan e destaca outra qualidade dos hatch: acesso ao porta-malas. "Se você for colocar uma caixa no porta-malas é mais fácil em um hatch do que em um sedan. A abertura é maior e o espaço para bagagem é mais bem aproveitado", explica.

LIDERANÇA
Lançado no final de 2012, o Onix logo caiu no gosto do brasileiro, principalmente pelo seu espaço interno, de bagagem (380 litros) e o apelo esportivo. É líder de vendas de veículos novos e seminovos. "A GM (General Motors) acertou no produto. O Onix é um carro com preço convidativo (a partir de R$ 39.990) e itens inovadores de conectividade", comenta Rezende. O modelo 2018 vem com sistema OnStar, um sistema de rastreamento de série, e uma central de comunicação de ajuda ao motorista.

De acordo com o diretor comercial, é um carro com alto giro de revenda. "O que entra, vende", atesta. Os seminovos completos com um ano de uso são os mais procurados. A versão 2018 ganhou um motor mais econômico, pneus verdes que têm 20% menos resistência ao rodar, o que transforma em menor consumo, e está 30kg mais leve.

DNA COMPACTO
Os saudosos Opala e Monza são exemplos de carros que nasceram hatch e depois ganharam suas versões sedan. O Cruze foi na contramão. O Sport6 veio depois e está conquistando o seu espaço.

Imagem ilustrativa da imagem Compactos e desejados



Escort XR3 completa 35 anos

Lançado em 1982, o Ford Escort XR3, versão esportiva do compacto, chegou ao Brasil um ano depois e logo se tornou o sonho de consumo de uma geração
Lançado em 1982, o Ford Escort XR3, versão esportiva do compacto, chegou ao Brasil um ano depois e logo se tornou o sonho de consumo de uma geração | Foto: Divulgação


Um dos hatchs de maior sucesso das décadas de 1980 e 1990 está completando 35 anos de lançamento na Europa. O Ford Escort XR3, versão esportiva do compacto, chegou ao Brasil um ano depois, em 1983, e logo se tornou o sonho de consumo de uma geração.

Com nome derivado de "Experimental Research 3", o XR3 era equipado com motor 1.6 a álcool de 82,9cv. Externamente, trazia defletor dianteiro, aerofólio traseiro, teto solar de vidro com persiana interna, faróis de longo alcance com lavadores e de neblina. O interior tinha bancos esportivos e painel bem equipado. Seu visual arrojado também garantia o melhor coeficiente aerodinâmico do mercado na época.

Em 1985, o hatch ganhou a versão conversível, com sistema de acionamento manual que facilitava a movimentação da capota e vidro vigia traseiro com desembaçador elétrico. O XR3 foi reestilizado em 1987 com linhas mais suaves e para-choques de plásticos que melhoraram a aerodinâmica, novas rodas de alumínio, aerofólio, painel com iluminação indireta e volante com revestimento imitando couro perfurado.

Dois anos depois, o modelo passou a ter motor 1.8 de 99cv. Na linha 1990, além de aerofólio redesenhado e para-choques e saias na cor da carroceria, o conversível introduziu a capota com acionamento eletro-hidráulico. Em 1991, a série limitada XR3 Fórmula trouxe amortecedores ajustáveis com controle eletrônico, variando a carga conforme a velocidade. No fim da série, esses amortecedores passaram a ser oferecidos como opcionais.

Segunda geração
A segunda geração do Escort nacional foi apresentada em 1992, com distância entre-eixos aumentada de 2,40m para 2,52m, que melhorou o espaço interno, e carroceria mais aerodinâmica (Cx 0,35). O XR3 ganhou motor 2.0 de 115,5cv, com injeção multiponto LE-Jetronic – mais tarde trocada pela EEC-IV –, freio a disco nas quatro rodas e suspensão mais firme, além de faróis de duplo refletor e faróis de neblina no para-choque. Outra novidade da linha foi o lançamento da versão de entrada Escort Hobby, com a carroceria antiga e motor 1.6.

Em 1996, a versão esportiva passou a se chamar "Racer", e no ano seguinte, a família ganhou o esportivo Escort RS, hatch três portas com motor Zetec 1.8. O Escort se despediu do mercado em 2003.