A Jeep e a Honda foram as duas marcas que saíram na frente. A primeira lançou o Renegade, e a segunda, o HR-V, ambos no primeiro semestre de 2015. Com o cenário desfavorável aos carros mais baratos, os dois SUVs chegaram no fim daquele ano na lista dos dos dez automóveis mais vendidos. Em 2012, a SUV mais vendida do mercado foi a Duster, da Renault, que ficou em 16º no ranking geral daquele ano.
Com o sucesso, outras montadoras foram na onda, com a intenção de amenizar a crise. A Hyundai, que antes concentrava sua estratégia nos modelos da família HB20, agora também trabalha com o Creta, SUV lançado em janeiro. "É o segmento desejado", diz Cássio Pagliarini, diretor de Marketing da Hyundai no Brasil.
Apesar dos SUVs terem virado a válvula de escape para muitas das montadoras, elas alegam que o bom desempenho não foi suficiente para reduzir significativamente perdas no faturamento causadas pela queda nas vendas entre os carros mais baratos. "Mesmo com o crescimento deste segmento, em função do maior valor agregado, os custos de produção dos SUVs são maiores do que de outros segmentos para garantir os diferenciais como robustez e versatilidade", afirma a Honda, em nota.
O crescimento deste segmento como participação do mercado total, no entanto, tende a perder força nos próximos meses, caso se confirme a expectativa do setor de recuperação da economia e, consequentemente, da venda de carros mais baratos.
A diminuição do desemprego e a expansão do crédito, mesmo que ocorra de forma moderada, devem elevar a venda de carros de entrada, tomando de volta o espaço que foi perdido para os SUVs nos últimos dois anos. "Mas isso não quer dizer que os SUVs vão perder atratividade", pondera Pagliarini. (A.M.P.)