Todo ser vivo compartilha de uma ancestralidade. Essa é a principal idéia da seleção natural, que consta na Teoria da Evolução, de Charles Darwin. No século 19, poucas pessoas questionavam a história da criação que é relatada na bíblia. Quando a teoria foi divulgada, muitos foram contra Darwin. ''É como confessar um assassinato'', disse na época o estudioso.
A seleção natural é um processo pelo qual características hereditárias, que contribuem para a sobrevivência e reprodução, tornam-se mais comuns em uma população, enquanto as características prejudiciais se tornam mais raras. Isso acontece pela facilidade de reprodução do primeiro grupo.
Um exemplo são os pássaros que viviam em algumas das ilhas por onde Darwin andou. As ilhas tinham rochas fossilizadas e negras. Os pássaros, que viviam lá, usavam uma técnica de movimento das patas para atrair as fêmeas. Algumas aves da mesma espécie tinham patas negras, o que dificultava o processo de atração, já que as fêmeas não conseguiam ver, pois confundiam com a rocha. As demais, com patas azuis, mantiveram a espécie e se reproduziram com maior facilidade.
Segundo o co-curador da mostra, o biólogo Cristiano Moreira, parte dos cientistas foram contra a teoria, já que a ciência não era desvinculada à religião.
Mas, outra polêmica também cerca Darwin. Nos livros, ele escreveu que os negros estavam mais próximos dos primitivos na linha de evolução. ''É necessário ambientalizar esta informação. Naquela época, a Inglaterra era o 'centro do mundo' e os ingleses se consideravam uma raça superiora. Mas, é impossível dizer que ele era racista, já que condenou a escravidão, que encontrou em alguns países por onde passou'', diz Moreira. (D.C.)