Funções ligadas ao desenvolvimento de softwares e serviços de TI estão entre as que tiveram saldo positivo de emprego em Londrina
Funções ligadas ao desenvolvimento de softwares e serviços de TI estão entre as que tiveram saldo positivo de emprego em Londrina | Foto: Shutterstock



Pedir a um internauta que diga quantos sites já visitou, mensagens on-line enviou, aplicativos baixou e outros números que envolvem o ciberespaço, parece uma solicitação tão ousada quanto pedir que ele conte as estrelas no céu. A realidade mundial se digitalizou ao ponto de elevar as novas tecnologias ao patamar de ferramentas vitais para a realização de tarefas cotidianas da humanidade.
Para acompanhar essa mudança, o mercado de trabalho está abrindo espaço para profissionais qualificados na área. Quase 40% das empresas do ramo registraram mais admissões do que demissões durante 2015. É o que aponta o último Censo de Tecnologia da Informação (TI) realizado pela Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro).
De acordo com a base de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de 2016, funções ligadas ao desenvolvimento de softwares e serviços de TI estão entre as que tiveram saldo positivo de emprego em Londrina. Entre as ocupações com salários superiores a R$ 3 mil, por exemplo, o cargo de analista de desenvolvimento de sistemas teve o melhor saldo de contratações no município. Abatendo o total de demissões, 21 postos de trabalho foram abertos nesse campo.
Com a expansão da demanda no mercado de trabalho, mais profissionais procuram se capacitar e novos cursos passam a ser ofertados. O último levantamento da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) mostra um grande aumento do número de egressos de pós-graduações stricto sensu na área de Ciência da Computação. De 1996 e 2009, esse número cresceu mais de 650%.
Além do especialista em TI, as novas tecnologias exigem principalmente profissionais de Design e Comunicação. "Em geral, o Marketing e a Comunicação entram no relacionamento, escrita, conteúdo e divulgação, o TI entra na programação e o Design entra para deixar tudo bonito", explica a analista de comunicação com foco em marketing digital Ariani Citon.
Segundo o coordenador da especialização de Design Digital da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Rogerio Gomes, apostar em uma pós-graduação no campo virtual é investir em uma tendência. "A graduação em Design Gráfico dá uma introdução para o mercado digital. A especialização agrega valor a esse profissional em uma área de franca expansão", explica.
A pós de Design Digital também é destinada a graduados em cursos como Artes Visuais, Comunicação, Computação e semelhantes. No mercado, designs digitais podem atuar desenvolvendo desde interfaces até motion graphics. A abrangência e valorização do setor refletem na procura pelo curso. Enquanto as primeiras turmas foram formadas com cerca de 10 alunos, a média foi de 20 em 2016, segundo Gomes.
Conforme o coordenador de cursos de especialização em TI do Centro Universitário Filadélfia (UniFil), Sergio Tanaka, o mercado está deficitário de profissionais de tecnologia da informação. "Os nossos alunos do primeiro ano de graduação já estão empregados, porque falta profissional nessa área. Já não tem gente suficiente para atender à demanda. Imagina a demanda para pessoas especializadas?", diz Tanaka, que também coordena a graduação em Ciência da Computação.

Imagem ilustrativa da imagem O potencial das mídias digitais para o trabalho



ATUALIZAÇÃO
Para a analista Ariani Citon, além de aprofundar o conhecimento, qualificar-se academicamente é imprescindível para atualizar profissionais da área virtual. "Tudo muda muito rápido, se você não estuda para se atualizar, você fica para trás." Por isso, apesar de já exercer um cargo com atuação na web, ela buscou uma pós-graduação em Marketing Digital e Gestão de Projetos Web assim que concluiu o curso de graduação em Relações Públicas.
"Eu vi a necessidade das empresas de terem especialistas nisso. Toda empresa precisa. As pequenas ainda contam com um neto que faz a página do Facebook, com um filho mais novo que aprendeu, mas o resultado não é igual ao trabalho de um profissional. A especialização abriu minha visão para braços do marketing digital que não eram do meu conhecimento", valoriza.