Cláudia Palaci
Equipe da Folha
‘‘Os japoneses contribuem com US$ 1,5 bilhão ao produto interno bruto paranaense ao ano com serviços e produtos, cerca de 1,2% do total, gerados por trabalhadores no Brasil e aqueles que foram para o Japão atrás de novas oportunidades e mandam dinheiro para as famílias, que são os dekassekis’’, afirma o presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil-Japão no Paraná (CCBJ-PR), Antônio Ueno.
  A CCBJ-PR conta com 120 associados, mas a previsão é que existam cerca de 150 empresas de origem nipônica, distribuídas em maior quantidade na Região Metropolitana de Curitiba e Norte do Estado, coma geração de 15 mil empregos, em média.
  Segundo Ueno, das 300 empresas japonesas instaladas em solo nacional na década de 70, boa parte fechou as portas e levou o capital para o sudoeste asiático, erguendo a economia chinesa. Depois um longo período de distanciamento provocado por crises econômicas e recessões em ambos lados, os investimentos retornaram ao país com o sucesso do Plano Real.
  Se o namoro firme foi abalado no passado, parece que as partes decidiram fazer as pazes e selar o casamento. O centenário da imigração japonesa no Brasil é a data certa para retomada de conversas e investimentos pesados. ‘‘As novas realidades econômicas são propícias ao entendimento. O Japão já foi o terceiro maior investidor mundial no País e no Paraná os setores que vão crescer no Estado serão a agroindústria comandada pelo etanol, componenetes eletrônicos e tecnologia digital, em especial a comunicação por tevê, que representa um volume de mercado em US$ 10 bilhões’’, comenta Ueno.
  As perspectivas baseiam-se em alguns atrativos na opinião de Ueno, como a boa localização do Estado, a estrutura de escoamento com rodovias e o Porto de Paranaguá, educação técnica de bom nível, terras agricultáveis de excelente qualidade, siderurgia, mineração e a presença de muitos descendentes.
  Segundo a CCBJ-PR, os setores automobilísticos, agro e a produção da seda, já são tradicionais. A empresa Yokohama, sétima produtora mundial de pneus, pode em breve, implantar uma fábrica no Paraná. A Makita, já está em processo de construção de uma unidade para precisão de ferramentas, em Ponta Grossa. Mas a via é de mão dupla: a Petrobrás está montado uma refinaria em Okinawa para a produção de etanol.

150
É o número
de empresas
nikkeis no
Paraná



US$ 10 bilhões
Volume de mercado
em setores que
deverão receber
investimentos



15 mil
Número de
empregados
em empresas
nipo-brasileiras