Derblay Ferreira, 21 anos, foi levado ao baile por sua avó Elcimar, 57. Conheceu ali a ex-namorada, com quem ficou por três anos. Foi ali também que encontrou Pricila, com quem está junto há 20 dias. ''Mas já estou apaixonado.'' Se a música gaúcha e as danças de salão podem afugentar os jovens, esse não é o caso de Ferreira e tampouco o de Wellington Lopes, 16. Enquanto seus amigos vão para o Planeta Ibiza, no Boqueirão, e no clube Millenium, em Pinhais, redutos da música eletrônica, Lopes vai ao Clube dos Solitários.
O jovem já foi dançarino de axé e conta que foi difícil se adaptar e curtir o estilo gaúcho. Vai no baile todos os domingos, o dia mais concorrido. Há um mês, conheceu Jéssica, sua alma gêmea, mas a aliança de compromisso deixou em casa. ''Sou honesto. Quando fico com alguém, conto para ela e justifico dizendo que ela não foi. Ela também faz isso. Somos sinceros'', diz. ''A mulherada dá em cima dos piá mais novo, mas estou em busca das meninas.''
Rosaldo Pereira se diverte e brinca com os mais jovens. Muitas vezes, serve de cupido, e anuncia no microfone o pseudônimo de alguém que pela troca de cartas na rádio marcou um encontro. E se ele, Rosaldo, tivesse que pensar em um pseudônimo? Ele hesita. ''Locutor solitário'', responde com certa alegria. E como você se descreveria se mandasse uma carta ao programa? ''Jornalista, radialista, humilde, simples. Bom marido não sei se posso dizer que sou, bom pai, alto (1m80), 82 kg, cabelos castanhos claros. Acho que seria assim'', conta o responsável por casamentos e encontros a fio, casado há 28 anos com Karen, que o acompanha em sua jornada. (R.U.)