Avanços tecnológicos mobilizam cientistas em todo o mundo. Num país como o Brasil com grandes demandas na área de alimentação e saúde, o papel dos pesquisa é de extrema
importância.
  Na pesquisa agropecuária são inúmeros os exemplos da participação nipônica no desenvolvimento de tecnologias, como variedades, técnicas de cultivo, melhoramento genético de culturas como arroz, feijão, algodão, frutas, soja, manejo do solo e de doenças e pragas e tudo o que envolve a produção agrícola. Em muitos casos, tecnologias brasileiras são adotadas por outros países.
  ‘‘Ciência é observação’’, atesta Shigeo Shiki, pesquisador da área de economia – hoje no Ministério do Meio Ambiente – e que atuou no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) por quase 20 anos. E a natureza dos orientais de observar, refletir e transformar a realidade, segundo Shiki, é determinante no sucesso das atividades nos laboratórios e campos experimentais.
  A origem da atuação ligada à produção agrícola – os japoneses vieram ao país para cultivar – pode explicar a dedicação e o interesse pelo setor. ‘‘Na verdade os descendentes acabam experimentando os procedimentos da pesquisa em suas áreas de cultivo’’, diz Shiki.
  Exemplo disso é o pesquisador Tumoru Sera, do Iapar, que se dedica à pesquisa sobre café. Ele é filho de japoneses que se fixaram em Congonhinhas (norte do estado) para cultivar a terra.
  Os avanços tecnológicos têm a marca dos nisseis e sanseis em várias regiões do Brasil. No Paraná, segundo Shigeo Shiki, os descendentes tiveram forte influência, como na fruticultura e cotonicultura. ‘‘As atividades acabam gerando demandas aos cientistas’’, diz. ‘‘A Cotia (cooperativa criada por produtores de origem nipônica) incentivou pesquisadores a trabalhar a fundo em algumas culturas’’, exemplifica.
  Entre as contribuições dos descendentes pelo país, Shiki destaca pesquisas com pimenta e cupuaçu, na região norte; mangostin, na Bahia e Espírito Santo; técnicos têm papel importante em instituições como a Cenargen, entre outras, além de ocupar cargos de coordenação de pesquisa e direção de empresas e instituições.