Para o brasileiro, toda pessoa de olhos rasgados, cabelos escuros e lisos é japonês. Às vezes, o indivíduo em questão nem – ao menos – é descendente, mas, pelo simples fato de apresentar semelhanças físicas é assim nominado. Neste balaio de gatos, incluem-se até os índios made in Brazil.
  Diferenciar um japonês de um chinês, por exemplo, realmente não é fácil. O fato é que ambos têm a mesma origem. Segundo a professora Estela Okabayashi Fuzii, assessora internacional da Aliança Cultural Brasil-Japão do Paraná, chineses e coreanos dominaram a maior parte das ilhas que compõem o país do sol nascente e, por isso, suas características prevalecem na população.
  Nas extremidades é que encontramos o inusitado. Ao norte, vivem os ainus, grupo étnico mais antigo do território, e ao sul, os okinawanos, produto da miscigenação entre europeus e asiáticos. Nestas regiões, os nativos têm pele morena, olhos arredondados e são muito peludos. ‘‘Mesmo assim, são diferentes entre si. Os ainus são únicos, física e culturalmente. Tem pouca ligação com o estereótipo japonês difundido mundo afora. Os okinawanos são mais robustos e os cabelos, em alguns casos, chegam ao encaracolado’’, relata. ‘‘Porém, sua peculiaridade não está na aparência. Donos de dialeto próprio, eles transmitiam seus conhecimentos de geração em geração através da fala. Acreditavam que a ausência de registros escritos reduziria a chance de dominação por outros povos’’, detalhou.