Cerca de 50% dos terrenos ainda disponíveis na Palhano já estão nas mãos das construtoras
Cerca de 50% dos terrenos ainda disponíveis na Palhano já estão nas mãos das construtoras | Foto: Fábio Alcover



Quando deixou de ser apenas um conjunto de pequenas chácaras para dar espaço a empreendimentos residenciais, a Gleba Palhano era associada à tranquilidade que o centro não oferecia. Hoje, cerca de 15 anos depois, o bairro é um dos mais movimentados e badalados da cidade, graças às dezenas de edifícios de alto padrão que surgiram ali e todo o comércio que eles atraíram. Apesar de ainda oferecer muitas possibilidades para o desenvolvimento do mercado imobiliário, a Palhano começa a ter concorrentes: regiões que, a partir do novo Plano Diretor, passaram a se apresentar com potencial para atender o mercado imobiliário.

As maiores construtoras da cidade são unânimes ao garantir que ainda há muito para ser feito na Gleba Palhano. "Olhando para o bairro, percebe-se que a ocupação está bem densa, mas estimamos que 40% da capacidade da Palhano ainda pode ser explorada. Atrás da Havan e atrás do Colégio PGD, por exemplo, ainda há muitos terrenos. Ali também é Gleba Palhano", afirma o gerente regional da Plaenge, Olavo Batista Junior.

Ele avalia que, se nos últimos 15 anos, 60% do bairro foi ocupado, deve levar mais cerca de 10 anos para que isso seja consolidado. "A Palhano deve ser consumida no próximo ciclo imobiliário, que começa agora em 2018, quando o mercado já estará reagindo melhor, e segue por um período de 5 a 7 anos", explica.

Todas as grandes construtoras trabalham com "bancos de terrenos", que garantem os lançamentos de empreendimentos por 4 ou 5 anos. Dessa forma, cerca de 50% dos terrenos ainda disponíveis na Palhano já estão nas mãos das construtoras, segundo Batista. "Os outros 50% ainda pertencem a pessoas físicas e podem ser adquiridos pelas construtoras no futuro", acrescenta.

PÓS-PALHANO
Batista analisa o crescimento urbano de Londrina a partir de uma seta, que tem origem no centro da cidade e aponta para o shopping Catuaí. Assim, segundo ele, o esgotamento da Gleba, deve direcionar o crescimento para a região do shopping. "Começou no centro, passou pela Palhano e agora segue para a região dos condomínios horizontais", detalha.

O diretor de incorporação da A. Yoshii, Silvio Muraguchi, também acredita que um novo vetor de crescimento imobiliário deve surgir quase como um prolongamento da Palhano. "O novo Plano Diretor do município já autorizou a verticalização em uma ampla área, que vai desde o fundo da UEL até o início da avenida Madre Leônia Milito. Essa nova região será mais planejada e deverá contemplar projetos urbanísticos que trarão mais qualidade de vida aos moradores", afirma. Prevendo uma vida útil um pouco menor para a Gleba Palhano – algo em torno de 5 anos e 20 ou 30 novos empreendimentos – o Grupo A. Yoshii já iniciou lançamentos nessa nova região.

PIONEIROS
Antes de lançar seu primeiro empreendimento na Gleba Palhano, o grupo Thá fez estudos de mercado e decidiu apostar numa área ainda inexplorada do bairro, essa que agora é apontada como o futuro próximo do mercado imobiliário de alto padrão em Londrina. "Nós fomos pioneiros quando, em 2012, decidimos romper os limites até então estabelecidos pela PR-445 e investir na área da Palhano mais próxima do Catuaí", conta o gerente regional do grupo, Ricardo Koiti Kitamura.

Segundo ele, essa área que vai do shopping até a Universidade Estadual de Londrina (UEL) será o foco dos lançamentos da Thá pelos próximos 10 ou 15 anos. E a distância que essa área tem do Lago Igapó – um dos principais atrativos da parte mais antiga da Palhano –, segundo Kitamura, é compensada por uma bela vista. "Os edifícios ali têm uma vista muito bonita, que alcança as cidades vizinhas até Apucarana", conta.

DESCONCENTRAR
O coordenador de vendas da Vectra, Cleber de Souza, acredita que as mudanças contempladas no zoneamento do novo Plano Diretor vão desconcentrar o crescimento urbano da cidade. "De norte a sul do município, foram abertas novas regiões para todos os padrões de empreendimentos, de Minha Casa Minha Vida até o alto padrão. Isso trouxe a possibilidade de se condensar menos o crescimento", analisa.

Assim, Souza não acredita na possibilidade de uma única região concentrar grande parte dos novos empreendimentos, como ocorreu na Palhano, mas numa maior distribuição de lançamentos pela cidade. "Há possibilidades na zona leste, na região do Shangri-lá, na zona norte, no entorno da Harry Prochet, atrás do Catuaí. São vários nichos em diferentes regiões que permitem o desenvolvimento de bons produtos", exemplifica.

Assim, segundo ele, a Palhano vai continuar sendo um bairro desejado por muita gente que gosta de viver numa região dinâmica e movimentada, e as pessoas com outro perfil, que preferem regiões mais exclusiva, vão ter outras opções.