A zona norte tem viabilizado residenciais que se encaixam no programa Minha Casa Minha Vida
A zona norte tem viabilizado residenciais que se encaixam no programa Minha Casa Minha Vida



Sempre que a oferta de um determinado produto diminui, o preço desse produto tende a aumentar. Isso acontece também com terrenos, o que faz com que as empresas que trabalham com empreendimentos econômicos, estejam sempre buscando alternativas às regiões mais valorizadas da cidade. "Felizmente, Londrina tem crescido de forma planejada, possibilitando o desenvolvimento de produtos de qualidade em regiões diferentes", afirma o gerente da Yticon, Leonardo Schibelsky.

Segundo ele, o terreno é uma das variáveis consideradas para compor o preço de um imóvel. Assim, caso haja um sobrepreço nos terrenos de uma região, a construtora busca atuar em outras, que permitam fechar as contas para o lançamento. Para poder lançar empreendimentos sem sobrepreço e sem abrir mão dos próprios valores – como os terrenos maiores que acomodam área de lazer e permitem um custo de condomínio mais baixo, com fácil acesso, próximo a comércio e serviços – a Yticon também trabalha com uma reserva de terrenos. "Para evitar a escassez de terrenos, adquirimos um ‘banco de terrenos’ que garantem nossos lançamentos para os próximos 4 a 5 anos", conta Schibelsky.

Esse banco tem sido composto por terrenos com localizações bastante variadas: os lançamentos da construtora abrangem as regiões Norte, Sul e Leste de Londrina. "Na Zona Norte, conseguimos viabilizar alguns empreendimentos que se enquadraram no programa Minha Casa Minha Vida. Recentemente, com o aumento do limite valor do imóvel para Londrina, nos permitiu lançar imóveis que se enquadram no MCMV em outras regiões também", explica.


Plano Diretor visa crescimento sustentável

Liminar proíbe expansão da cidade, seja para instalações residenciais, industriais ou comerciais, na zona de amortecimento da Mata dos Godoy
Liminar proíbe expansão da cidade, seja para instalações residenciais, industriais ou comerciais, na zona de amortecimento da Mata dos Godoy | Foto: Sérgio Ranali/31-07-2015



Londrina está em constante crescimento, o que tem sido motivo de algumas preocupações. Isso porque a urbanização do município está muito próxima do perímetro e não há muitas possibilidades para expandi-lo. "Estamos limitados do lado oeste por Cambé e do lado leste por Ibiporã, com alguns vazios que estão tendo uma valorização e um crescimento natural por causa da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)", explica o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), Reinaldo Ribeirete.

Ao sul, segundo ele, de um lado o perímetro está limitado pela zona de amortecimento da Mata dos Godoy e do outro, pelo Rio Tibagi. Na região norte, existem ainda alguns vazios urbanos, além de uma área grande depois do Residencial Flores do Campo, destinada a projetos residenciais. Mais ao norte, já próximo do Distrito da Warta, a área disponível está sendo estudada para se tornar uma zona industrial. "A área ao sul do perímetro estava sendo prospectada para receber indústrias, mas, por causa da zona de amortecimento da mata, não foi possível. Agora, tentamos a liberação daquela área para condomínios residenciais", conta Ribeirete.

Atualmente, uma liminar concedida em favor da ONG MAE proíbe a concessão de licenciamentos, seja para instalações residenciais, industriais ou comerciais, na zona de amortecimento da Mata dos Godoy. "Estamos discutindo o assunto com as entidades para que quem já comprou terrenos aprovados ali não seja prejudicado. Mas é importante a preocupação com a questão ambiental", ponderou.

Diante dessas restrições ao perímetro, sobre uma possível verticalização de outras regiões da cidade, Ribeirete é cauteloso. "Não devemos ter essa verticalização. Temos que ter bastante cuidado na revisão que será feita do Plano Diretor, para garantir um crescimento urbano sustentável", argumenta. (J.G.)