Imagem ilustrativa da imagem Elevador é tendência em residências
| Foto: Juliana Gonçalves/Divulgação
A opção das filhas por instalar o elevador deu a Luiza Bruno condições de desfrutar todos os espaços da nova residência



A busca por conforto e a necessidade de garantir acessibilidade aos moradores, especialmente aqueles que possuem alguma dificuldade de locomoção, são os fatores que costumam motivar a instalação de elevadores em residências. O aumento da expectativa de vida da população e a evolução tecnológica transformou esse equipamento, antes restrito a prédios, em tendência nos projetos residenciais.
Luiza Bruno tem 85 anos e a coluna já sente o peso da idade, dificultando sua locomoção. No início do projeto da casa nova, a ideia era ter uma suíte para ela no piso térreo, já que o tamanho do terreno exigiu a verticalização do projeto. "Só que ela não quis dormir sozinha embaixo. Então, a solução foi o elevador", conta a filha Maria Lúcia Bruno.
O elevador encarece a obra, já que não costuma custar menos de R$ 40 mil, podendo chegar a R$ 100 mil, dependendo do modelo e da quantidade de andares. Mas, para a família Bruno, a relação custo-benefício no final da conta valeu a pena. "Se não tivesse o elevador, ela ficaria restrita ao térreo da casa", pondera Marlene Bruno, também filha de Luiza.
Além de dar liberdade para moradores com dificuldade de locomoção, o elevador valoriza o imóvel. "Não é o caso delas, que construíram para não se mudar mais, mas o elevador agrega valor ao imóvel na hora da venda", afirma a arquiteta responsável pelo projeto, Silvana Panichi. Segundo ela, a tendência é que os elevadores se tornem cada vez mais comuns em residências. "A população está envelhecendo e os profissionais estão tendo consciência de que é preciso pensar na acessibilidade".
Há dois meses morando na casa nova, construída em um condomínio fechado, Luiza ainda está se acostumando com o meio de transporte. "Eu não entro sozinha. Tenho medo que ele pare no meio do caminho." Medo desnecessário, segundo o consultor técnico da Thyssenkrupp, Nelson Tabosa. "O elevador é um dos transportes mais seguros do mundo e não representa nenhum perigo aos usuários, mesmo em situações adversas como, por exemplo, quando o trajeto é interrompido por falta de energia."

MODELOS
Há dois modelos de elevadores mais utilizados em uso doméstico: os hidráulicos e os elétricos, também chamados eletromecânicos. Ambos são alimentados por eletricidade e exigem manutenção, mas, graças à evolução tecnológica, têm instalação simples e não ocupam muito espaço na casa, principalmente os elétricos, cujo sistema é menos complexo.
Independentemente do modelo escolhido, Tabosa alerta que é fundamental que o equipamento esteja de acordo com as regras estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Segundo ele, a norma estabelece especificações para o elevador com base em informações como número de andares e quantidade de pessoas que irão utilizá-lo. "De acordo com as normas, a avaliação destas informações é diferente dependendo do empreendimento, seja ele residencial, comercial, hotéis ou hospitais, pois cada um possui cálculos diferentes."
Entre os cuidados necessários para desfrutar dos benefícios do elevador com segurança, Tabosa destaca a necessidade de respeitar a capacidade limite do equipamento e a manutenção periódica. Esta costuma representar a maior despesa depois da instalação do equipamento numa residência, já que o consumo de energia é semelhante ao de eletrodomésticos comuns.

CASA PRONTA
Apesar de ser muito mais adequado incluir o elevador já no projeto inicial de uma casa, o equipamento também pode ser instalado num imóvel já finalizado. "Desde que haja um espaço que comporte a instalação, não há nenhum impedimento", garante a arquiteta Silvana Panichi. Segundo ela, um vão de 1,40 por 1,40 é suficiente para um elevador que transporte até três pessoas ao mesmo tempo. Tendo o espaço disponível, o problema maior será conviver com a obra dentro de casa, que geralmente leva algumas semanas para ser concluída.