Ao longo dos anos os hábitos e gostos da população se transformaram, e consequentemente a cultura. Hoje Cornélio Procópio possui diferentes movimentos, em vários pontos da cidade. "Há uma força de vontade enorme em fazer cultura. Muitas vezes sem o apoio necessário, com pouca estrutura, mas os artistas estão aí, sempre dispostos a mostrar seu trabalho", diz o professor de Artes e produtor cultural, Edson Godinho.
Godinho e a jornalista Carol Santos foram os criadores do primeiro festival de cinema de Cornélio, o Cineurge, que este ano vai para a terceira edição. "Plantamos uma semente para produção de audiovisual na cidade. Hoje existem várias pessoas interessadas em fazer cinema aqui", conta Godinho.
As oficinas de produção promovidas pelo festival já rendeu frutos. Entre eles dois documentários, ainda em fase de produção, um sobre a história do bairro rural Pedregulhos, e outro sobre o artista Tião da Mulinha. "Tivemos inscritos de todo o País no festival, e esse ano esperamos que produções da nossa região apareçam", instiga o professor.
Para suprir a falta de uma sala de cinema, os apreciadores da sétima arte têm o Cineclube da UTFPR e o projeto Cinema nos Bairros, da Prefeitura, que projeta filmes em diferentes pontos da cidade.
Outro movimento que vem se destacando é o hip-hop, com cantores e compositores da periferia. "Além do rap, que traz letras mais politizadas e críticas, há também grafiteiros, e um movimento forte ligado ao skate, que culminou com o circuito Bighead", conta Godinho.
O secretário de Cultura, Claudemir Druzini, conhecido como Tato, afirma que o município tem tomado várias atitudes, como o festival de música Fera, que ocorreu em 2015 reunindo artistas de diferentes estilos. "Queremos repeti-lo este ano, pois foi muito bem recebido". Ele também ressalta a grande reforma que está sendo realizada no Centro Cultural Galdino de Almeida. " Deve ser entregue em oito meses e será um grande presente para a cidade", afirma.
Tato informa que a secretaria de Cultura possui uma verba anual de aproximadamente R$ 800 mil. "Esse dinheiro inclui as festas que são promovidas pelo município anualmente, como Natal, aniversário da cidade. Infelizmente não há muita sobra. O que queremos agora é trabalhar em parceria com esses movimentos, para que eles nos tragam bons projetos, ajudando, assim, a captar verbas estaduais e federais. Estamos construindo o Plano de Cultura da cidade, e precisamos trabalhar de forma mais integrada com a comunidade". Ele espera que com a formação do Conselho Municipal de Cultura, as ações sejam melhor direcionadas.
Tato convida a população a apreciar a estrutura cultural que existe na cidade, e muitas vezes é pouca valorizada.

Imagem ilustrativa da imagem Cultura na atualidade: do hip hop ao cinema
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Sem sala de cinema, projeto Cinema nos Bairros, da Prefeitura, leva opções de filmes em diferentes pontos da cidade