Elaine Souza

Se até as mais simples atividades do dia a dia fazem com que você tenha ‘‘bicas’’ de suor nas axilas, mãos, pés ou face, você pode sofrer de hiperhidrose, uma doença que não apresenta riscos, mas que pode gerar muitos incômodos.
  ‘‘A hiperhidrose caracteriza-se pelo excesso de produção de suor, que pode ser localizada, em áreas específicas do corpo (axilas, mãos, pés ou face), ou generalizada (em todo o corpo). Acomete homens e mulheres em igual proporção. Apesar de não ser doença grave, é extremamente desconfortável, causando embaraço social e transtornos de relacionamento e psicológicos no portador’’, explica a dermatologista Aline Borba.
  Os sintomas da hiperhidrose podem começar na infância, adolescência ou já na fase adulta, mas ainda segundo a médica, é mais comum na adolescência, podendo agravar-se na idade adulta.
  As causas do suor em excesso podem ser primária ou secundária. A primeira é mais frequente e não apresenta causa bem esclarecida. Apresenta-se em geral de forma localizada, com resposta exagerada a estímulos físicos, emocionais e a aumentos da temperatura. Há também observações sobre fatores genética, esclarece Aline.
  Já na forma secundária, comenta a dermatologista, o suor excessivo ocorre devido a alguma doença de base, como hipertireoidismo, menopausa, desordens neurológicas e obesidade, afetando todo o corpo.
  A aplicação de toxina botulínica é o tratamento cada vez mais procurado nos consultórios médicos, já que ela bloqueia as fibras musculares que envolvem as glândulas sudoríparas da região tratada, que não respondem aos estímulos do sistema nervoso, bloqueando a liberação do suor.
  ‘‘O uso da toxina botulínica está indicado quando há hiperhidrose localizada, leve a moderada, que não responde aos tratamentos tópicos existentes e também nos casos graves quando o paciente não deseja o tratamento cirúrgico’’, informa Aline.
  Conforme a dermatologista, o tratamento pode ser feito pelas pessoas que apresentam a doença na forma localizada, independentemente da idade. Pacientes que usam anticoagulantes precisam de cuidados especiais. Gestantes e lactantes não devem realizar o tratamento, conclui.
  A ação da toxina botulínica começa a ser percebida de três a dez dias depois da aplicação, avisa a médica. ‘‘Em geral uma aplicação é suficiente para o tratamento, sendo repetida apenas ao término do efeito da toxina botulínica, que vai de sete a nove meses, podendo se estender a até 12 meses.’’
  A opção de tratamento, conforme Aline, é eficaz, segura, pouco invasiva e com alto grau de satisfação, mas tem um custo elevado. ‘‘Não é definitivo e há necessidade de reaplicações posteriores.’’