Um século resumido em três andares. Assim é possível descrever o Museu da Imigração Japonesa, que ocupa os andares 7,8 e 9 do prédio do Bunkyo, em São Paulo (SP). Em cada peça ou foto expostas, um relato da saga dos japoneses no Brasil. Em outras palavras, detalhes históricos cheios de riquezas. É possível saber, por exemplo, que muito antes de Rio Midsuno, considerado o ‘‘pai da imigração japonesa’’ visitar o Brasil em 1906, ou do Kasato Maru aportar em Santos em 1908, outros três nipônicos já haviam pisado em solo brasileiro.
  ‘‘Foi em 1803. Três pescadores japoneses ficaram náufragos e foram salvos por russos. Durante a viagem da Rússia ao Japão, o navio em que eles estavam quebrou próximo da costa de Santa Catarina e eles tiveram que ficar por ali durante algum tempo’’, conta Iossuke Tanaka, colaborador do museu. Não se sabe se esses três japoneses deixaram descendentes no Brasil.
  A cada passo dentro do museu, um trecho de história. Setecentos e oitenta e um japoneses chegaram no Kasato Maru. Os contratos de trabalho nas lavouras de café, as plantações feitas pelos imigrantes no meio dos cafezais, o pouco dinheiro - ganho com muito suor -, as terras próprias, o desbravamento da mata, o surgimento das cooperativas agrícolas, a Segunda Guerra Mundial. Tudo está ali. n