A família Matsubara é emblemática no Norte do Paraná. A partir do patriarca Takeo, o clã fez fortuna na lavoura. Mais tarde, os ''japoneses'' profissionalizaram time de uma das fazendas, e chegaram a disputar a primeira divisão do futebol paranaense. Sueo, um dos filhos de Takeo, presidia a equipe e sempre esteve à frente da maioria dos negócios da família. Ousado, em 1995 chegou a contratar o jogador Neto, ex-Corinthians, para jogar no seu time, que trocara Cambará (Norte Pioneiro) por Londrina.
Mas o maior investimento dos Matsubara sempre foi em terras. Chegaram a ter uma dúzia de fazendas no Paraná e milhares de hectares no Sul do Pará. Em uma matéria publicada na revista ''Veja'', em 1995, Sueo teria declarado que uma dívida de R$ 2,2 milhões junto ao Banco do Brasil representava apenas 20% do patrimônio da família.
A Fazenda Yara foi apenas um dos bens administrados por Sueo. Simpático e de bom humor, ele atendeu à FOLHA por telefone. Por estar fora do escritório, justificou não ter muitos dados, mas confirmou o imbróglio jurídico daquela área.
Por que o Termas Yara chegou a essa situação?
''Quando eu comprei, já estava funcionando de forma muito precária. Era preciso muito dinheiro para reformar tudo. Depois eu fiz uma venda para o Serafim Meneghel e ele assumiu o negócio com o Banestado, pagando a dívida. Depois eu o paguei e ele me devolveu uma parte da Yara. Mais terde vendi para o Cláudio''
O que o senhor sabe sobre a carta precatória que teria sumido?
''Não sei nada dessa história''.
Por que o senhor vendeu a Yara?
''Nunca gostei de terra. Meu pai e meus irmãos é que gostavam mais. Eu gosto é do comércio, de negociar. Terra não é comigo. Hoje, além do time, que hoje só tem juniores e juvenis, tenho um loteamento em Bandeirantes e vou mexendo com outras coisinhas. Já estou com 70 anos. Tô bem de saúde, mas não adianta morrer de trabalhar. Tenho que aproveitar o restinho da vida. A água lá da Yara é muito boa, mas precisa de um investimento grande, do contrário, não compensa.
O senhor já foi chamado de ''Rei do Algodão''. Parou de plantar?
Deus me livre! Não quero mais saber de lavoura. (W.S.)