Imagem ilustrativa da imagem Vai, Carlos! ser gênio na vida



Costumo dizer que só vou acreditar no Brasil quando Carlos Nadalim for ministro da Educação. O professor londrinense, criador de um genial método de alfabetização domiciliar de crianças, acaba de ser indicado ao Prêmio Darcy Ribeiro 2016, atribuído pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

Não sei se o Carlos vai ganhar – ele concorre com outros 31 professores e instituições de todo o país – mas que merece, merece. Marido da Bárbara e pai do Francesco – cujo nascimento foi um desses milagres que só o cristianismo explica –, meu amigo Carlos Nadalim tem graduação em Direito, especialização em Filosofia e mestrado em Educação, mas essa é a parte menos brilhante de seu currículo.

Para conhecer a obra de sua vida, você deve acessar o blog Como Educar Seus Filhos, em que publica artigos, vídeos, entrevistas e dicas sobre educação infantil para os pais que desejam ensinar seus filhos a ler, escrever, fazer contas, fazer exercícios físicos e, acima de tudo, pensar. E sem sair de casa!

Utilizei o método do Carlos com meu filho Pedro e deu certíssimo: ele já conhecia o alfabeto e lia com facilidade aos 3 anos. Assim como eu, 1.052 pais e mães (pela última contagem) ensinaram seus filhos a ler com o Carlos.

Um dos grandes incentivadores e divulgadores do trabalho do Carlos tem sido o filósofo Olavo de Carvalho, de quem ele é amigo e aluno. Em novembro de 2015, visitamos juntos o professor Olavo, em sua casa nos EUA, durante o II Encontro de Escritores Brasileiros na Virgínia.

Carlos Nadalim publicou neste ano o livro "As 5 etapas para alfabetizar seus filhos – O Guia Definitivo" e desenvolve um magnífico trabalho na Escola Mundo do Balão Mágico, em Londrina. Com estes olhos e ouvidos, eu testemunhei os alunos do Carlos – com idades entre 5 e 11 anos – recitando belamente poemas de Camões, Bandeira, Cecília Meireles e Mário Quintana. Também os vi falando latim com desenvoltura. E, para completar, presenciei o belíssimo trabalho musical desenvolvido na escola londrinense. Ah, esqueci de dizer que o Carlos também é músico profissional e violonista clássico.

Se esse homem não é um gênio e não merece todos os prêmios, eu não sei quem pode ser e merecer.

Li hoje uma passagem da "República" em que Platão descreve os seres humanos que o Carlos Nadalim está ajudando a formar com seu trabalho:

"[Jovem bem-educado] é aquele que veria com maior clareza o que há de errado em obras humanas imperfeitas ou em obras incompletas da natureza, e com uma justa aversão censuraria e odiaria o feio mesmo em sua juventude, e elevaria aprazíveis louvores à beleza recebendo-a em sua alma e sendo nutrido por ela, de modo que se torne um homem de coração gentil. Tudo isso antes que ele alcance a idade da razão; de modo que, quando a Razão por fim lhe chegar, então, com a criação que recebeu, ele abrirá seus braços para lhe dar as boas-vindas e a reconhecerá por causa da afinidade que tem por ela". (A República, 402 A)

Antes de encerrar, uma palavra sobre o nome do prêmio. É alentador que os parlamentares brasileiros tenham escolhido o nome de Darcy Ribeiro para o nome do prêmio educacional – e não o daquele outro "educador" de cuyo nombre no quiero acordarme, mais conhecido e reverenciado como deus pagão pela esquerda nacional. Com todos os seus problemas e posições políticas discutíveis, Darcy era de fato um intelectual. Sabia escrever e produziu uma obra antropológica relevante.

PS: Carlos, a história do Ministério é brincadeira. Nem ao meu pior inimigo eu desejaria que fizesse parte de uma galeria ministerial junto com Renato Janine Ribeiro.