Imagem ilustrativa da imagem O Espírito Santo é aqui
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No mesmo dia em que o presidente, movido pela mais lamentável conveniência política, anunciou a indicação de seu ministro da Justiça para o STF, o Espírito Santo pedia socorro. Com a greve dos policiais militares, bandos armados ocuparam as ruas, tiroteios são ouvidos por toda parte e pessoas supostamente comuns transformaram-se em marginais, saqueando lojas e supermercados. As cenas são dantescas e estão em todas as redes sociais. Se você não acredita neste colunista, acredite em seus próprios olhos.

O caos no Espírito Santo é uma demonstração daquilo que se tornará a sociedade brasileira caso se efetive a proposta esquerdista de fim da Polícia Militar: bandidos nas ruas, saqueadores nas lojas e a maioria dos cidadãos trancafiados em casa, trêmulos de medo. No dia em que a PM não mais existir, só nos restará fazer o que estamos fazendo pela população capixaba: rezar, rezar muito.
A guerra ao povo brasileiro, sinalizada e declarada pelas organizações criminosas por meio dos massacres em penitenciárias, está em pleno curso nas cidades indefesas. Infelizmente, trata-se de uma guerra suja e desigual, em que um dos lados não tem armas. E não adianta cantar "Imagine", nem pedir "Mais amor, por favor", nem fazer a pombinha da paz com a mão: os bandidos e saqueadores não darão a mínima.
E não pense que a situação é muito diferente aqui. Um policial militar com quem conversei recentemente disse que o número de assaltos em Londrina cresceu 250%. Se esse número parece alarmista e exagerado, verdadeiros e alarmantes são os relatos de quem viveu momentos de agonia nas mãos de bandidos, em todas as classes sociais e regiões da cidade. Diariamente eu ouço essas histórias de terror da vida real.
Se a certeza da impunidade transforma cidadãos comuns em saqueadores, como se viu no Espírito Santo, qual será o seu efeito nos bandidos de ofício? Torna-os muito mais audaciosos e violentos. A PM aqui não entrou em greve, mas o fato é que a corporação vive hoje uma espécie de "greve silenciosa". Os policiais muitas vezes evitam o confronto direto com os bandidos, e por vários motivos: armamento antigo e inadequado, falta de manutenção nas viaturas e, principalmente, a possibilidade de sofrer processo caso algum criminoso seja morto ou ferido. Nem todo mundo sabe, mas o policial precisa pagar o advogado de defesa com dinheiro do próprio bolso.
Na Polícia Civil, a situação não é menos difícil. Da virada do século para cá, a população de Londrina cresceu e o número de delegados diminuiu para menos da metade. Um amigo, que teve a família agredida e roubada por facínoras, precisou deixar o trabalho de lado e dar plantão na delegacia para auxiliar a polícia na identificação da quadrilha que lhe tirou a paz.

Há um caos capixaba em potência no Brasil inteiro. É preciso reagir — e reagir agora —, apoiando a polícia e pressionando os políticos, para ganhar esta guerra assimétrica, ou nós seremos o Espírito Santo de amanhã. Não podemos permanecer tão temerosos quanto o nosso presidente.

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