1. Em uma quinta-feira de primavera, 12 de abril de 1894, um menino de 8 anos chamado José e sua mãe fizeram uma viagem de trem entre as cidades de Colônia e Oberhausen, na Alemanha. A mãe, sozinha no mundo e incapaz de sustentar o filho, levava-o a um orfanato mantido por religiosas dominicanas. Antes de dizer adeus a José, sua mãe levou-o até a capela do internato e retirou do pescoço o único bem de valor que possuía, uma correntinha e uma cruz douradas, colocando-as na imagem de Nossa Senhora. Naquele momento, a pobre mulher entregava o filho aos cuidados da Mãe de Jesus. Esse menino viria a ser o Padre José Kentenich (1885-1968), um dos mais importantes líderes religiosos do século 20.

2. Em um domingo de primavera, 13 de maio de 1917, Nossa Senhora apareceu a três crianças portuguesas — Lúcia, Jacinta e Francisco — que pastoreavam numa aldeia chamada Fátima. O termo "Fátima" tem origem islâmica e é o nome de uma das filhas de Maomé. Foi também o nome de uma jovem nobre sarracena que viveu no século 12, durante a dominação islâmica das terras lusitanas. D. Gonçalo Hermingués, paladino da reconquista cristã da região, apaixonou-se por Fátima e com ela se casou. A jovem convertida ao cristianismo morreu precocemente, deixando o guerreiro inconsolável. D. Gonçalo refugiou-se em um mosteiro e se fez monge cisterciense. Para o célebre arcebispo Fulton Sheen, Nossa Senhora não escolheu aparecer em Fátima por acaso: "Por que a Santíssima Virgem Maria, no século 20, deveria ter se manifestado em um insignificante povoado de Fátima, para que todas as gerações futuras a conhecessem como ‘Nossa Senhora de Fátima’? Como nada acontece fora do céu sem a delicadeza de todos os detalhes, creio que a Virgem escolheu ser conhecida como ‘Nossa Senhora de Fátima’ como uma promessa e um sinal de esperança para o povo muçulmano e para assegurar que quem tem respeito por ela algum dia também aceitará o seu Divino Filho". Além da profecia sobre os males do comunismo — pouco antes da Revolução Russa de 1917 —, a aparição em Fátima sinaliza que o único caminho de esperança para o mundo é a conversão ao cristianismo. Assim como fez a jovem Fátima, no século 12.

Imagem ilustrativa da imagem Nossa Senhora dos Órfãos
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3. O mundo hoje, 24 de maio de 2017, está órfão. Tão órfão quanto o menino José em 1894; tão órfão quanto os 100 milhões de vítimas do comunismo; tão órfão quanto as mães que perderam seus filhos no atentado de Manchester; tão órfão quanto as desarmadas mães das vítimas dos 60 mil assassinatos anuais na Guerra do Brasil. Mais do que nunca precisamos de uma verdadeira Mãe. Nossa Senhora dos Órfãos, rogai por nós!