Imagem ilustrativa da imagem A Flor do Óbvio
| Foto: Paulo Briguet



Fui até o bosque da minha santa, Madre Leônia, para ler e rezar um pouco antes de escrever a coluna de hoje. Lá encontrei uma flor azul. Sou um cara da cidade; nunca entendi muito de flores, por isso não sei o nome desta. Só sei que era uma flor azul, e estava no bosque, e era bonita.

Na noite em que a geada destruiu todos os cafezais do Norte do Paraná, em 1975, uma flor azul deve ter surgido em algum lugar do mundo. No dia em que começaram os desvios de recursos públicos no caso AMA-Comurb, deve ter aparecido uma flor azul. Ela também estava presente quando uma determinada organização criminosa iniciou o Mensalão e o Petrolão (por sinal, seguindo o modelo AMA-Comurb).
Pensando bem, eu sei como se chama a flor azul. O nome dessa flor é Óbvio.

Sempre que ocorre alguma catástrofe na história da humanidade, aparecem pessoas obstinadas em negar a existência do Óbvio. Trata-se de uma espécie de religião da mentira. É uma fé no erro que se propaga como epidemia. Uma gnose da ignorância.

O nazismo foi assim. O fascismo foi assim. O comunismo continua sendo assim. O globalismo é assim. A barbárie, a escravidão e (principalmente) o genocídio dependem da mentira elevada à categoria de divindade suprema. Para reinar sobre nós, mortais comuns, os adoradores da mentira precisam matar a Flor do Óbvio. Eles querem o poder; nós o sofremos.

Para cada tragédia, existe um negacionista da tragédia. Os negacionistas do Holocausto negam a verdade sobre os campos de extermínio de Hitler. Os negacionistas do comunismo negam os crimes de Lênin, Stálin, Mao, Ceausescu, Pol Pot, Fidel Castro e tantos outros. Para cada tirania, há um grupo de pessoas que lhe negam a existência.

Com a corrupção, ocorre o mesmo. Em nossa cidade, existem os negacionistas do caso AMA-Comurb. Em nosso país, há os negacionistas do Petrolão. Dizem eles que todo o processo de destruição sistemática do nosso país, ao longo dos últimos 13 anos, não passou de uma invenção midiática, de um pretexto para o "golpe das elites". No caso de Londrina, é como dizer que não houve geada nenhuma em 1975.

No caso do Brasil, é como olhar uma vala de corpos na Ucrânia em 1934 e dizer que tudo não passou de uma montagem da propaganda capitalista. Não me espanta em nada que os adoradores da mentira — nacionais ou locais — muitas vezes caminhem de mãos dadas, quando as circunstâncias políticas assim o exigem.

Lamentavelmente, as universidades e escolas públicas — especialmente nos departamentos de ciências humanas — têm sido o refúgio dos negacionistas dos crimes da esquerda. Há professores cuja vida é negar o Óbvio. Esses caras vivem dizendo que eu e vocês sete, e a maioria absoluta da população, somos todos "golpistas" e "fascistas".

Até quando vamos tolerar a negação sistemática da verdade e o assassinato cotidiano da Flor do Óbvio?

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