Comércio exterior: uma oportunidade que Londrina precisa aproveitar melhor
A balança comercial do primeiro semestre dá um alento a economia nacional, com saldo positivo na balança comercial que não se via desde 2011, mostrando crescimento tanto das exportações quanto das importações, mas Londrina não acompanha essa euforia.

Os números do Brasil
Nos seis primeiros meses do ano a exportações brasileiras totalizaram US$ 107,7 bilhões, aumento de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as importações somaram US$ 71,5 bilhões, aumento de 7,3%, resultando em saldo positivo de US$ 36,2 bilhões, superior em 53% na comparação com o ano anterior.

E sua importância para a economia
Exportar é importante e mais ainda em época de baixa demanda no mercado interno pois é a demanda externa que poderá assegurar a produção na indústria e o emprego ao trabalhador.
Importar mais também é interessante, principalmente se estas forem de insumos (matéria-prima para produzir novos produtos) ou de bens de capital (máquinas e equipamentos), pois significa que a economia está ganhando dinamismo e disposta a aumentar a quantidade do que produz.

Com moderado otimismo
Vale ressaltar que a quantidade de produtos exportados subiu 1,8% na comparação com o ano passado, mas o que permitiu o aumento no valor exportado foi que o preço dos produtos brasileiros subiu 17,6% no mercado internacional.
O saldo na balança comercial é bom, mas seria melhor se fosse resultado mais do aumento da quantidade exportada, do que da elevação dos preços, pois refletiria aumento da produção com consequente aumento na geração de empregos.

Londrina e o comercio exterior
Nossa cidade, no entanto, exportou nesse período, próximo a U$ 377,5 milhões, 3% a mais em relação ao semestre de 2016, uma elevação bem inferior ao nacional e pouco alentador quando se constata que a quantidade exportada foi, na verdade, 14% menor na comparação.
As importações, também não são capazes de apontar para uma recuperação na produção via aquisição de matéria-prima ou bens de capital pois caíram, no total, 26% frente ao mesmo período de 2016, totalizando US$ 114,4 mi.

Exportamos commodities agrícolas
Commodities são bens que sofrem pouco ou nenhum processo de industrialização e, portanto, agregam pouco valor ao produto final, além do que, quem estipula seu preço não é quem produz, mas as grandes bolsas de valores.
Por essa razão, exportar commodities tem menor potencial de geração de riqueza, criação de emprego e arrecadação tributária.
E do que Londrina exportou, 90% são de commodities agrícolas: soja, café e açúcar.

E por poucas empresas
Foram tão somente 81 empresas que exportaram neste semestre, sendo que 15 delas responderam por aproximadamente 94% do total.
Em 2008 eram 95 empresas exportadoras. Destas apenas 31 realizaram exportações em 2017.
A maior exportadora foi a Cofco Brasil S/A, uma trading de produtos agrícolas, controlada pela estatal chinesa de alimentos Cofco, na faixa de exportações acima de US$ 100 mi.

Precisamos nos reposicionar
Valeria a pena nos debruçarmos sobre esses números para entender a razão de tão baixa inserção de Londrina no mercado internacional.
Desenvolver nossa capacidade empreendedora, fomentar a inovação e conhecer os diversos mercados é a lição de casa, para deixarmos de ser exportadores de commodities e passar a produzir e vender tecnologia embarcada.