Belo Horizonte, MG - Uma perícia concluiu que o autor do ataque a uma creche que deixou cinco mortos na cidade de Saudade (em Santa Catarina) tinha "plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato", segundo informações do Ministério Público. A ação aconteceu no dia 4 de maio deste ano na Escola Municipal Infantil Pró-Infância Aquarela. Três crianças, uma professora e uma funcionária da creche foram assassinadas a golpes de facão.

O autor do ataque, um jovem de 18 anos identificado como Fabiano Kipper Mai, que não tinha passagem pela polícia, está preso desde então. Segundo o Ministério Público estadual, o laudo feito pelo IGP-SC (Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina) concluiu que Mai é portador de um distúrbio mental, mas que mesmo assim ele é capaz de entender a consequências de seus atos - ou seja, ele não pode ser considerado inimputável.

Caso a Justiça aceite a conclusão do documento, o jovem poderá ser julgado pelo crime, portanto. Ainda segundo a perícia, Mai apresentava estado mental, emocional e de comportamento "congruentes com capacidades cognitivas à época". O laudo da perícia foi anexado ao processo nesta terça-feira (19). Agora caberá à Justiça determinar se o autor do ataque será julgado pelo Tribunal do Júri, conforme pedido do Ministério Público.

O ataque deixou em choque a pequena Saudade, município de aproximadamente 10 mil habitantes que fica a 600 km de Florianópolis. As três crianças mortas tinham menos de 2 anos. A professora, Keli Adriane Aniecevski, tinha 30, e a funcionária da creche, Mirla Amanda Renner Costa, 20.

Durante o ataque, professoras se trancaram com outras crianças nas salas de aula para evitar mais mortes. Um bebê de um ano e oito meses que também foi ferido durante o ataque foi internado em estado grave no Hospital da Criança, em Chapecó (SC), mas conseguiu se recuperar.

Segundo informações das forças de segurança do estado, Mai se cortou com o facão no dia do ataque e foi encaminhado ao hospital com ferimentos no pescoço, abdômen e tórax. Após ser tratado, ele foi levado para a prisão.

O advogado do jovem, Demetryus Eugênio Gapriglia, afirmou que não comentaria o resultado da perícia por ainda não ter sido intimado da conclusão do documento.