Os quatro primeiros colocados na corrida ao governo do Paraná gastaram juntos R$ 19,04 milhões, segundo prestação de contas no registro de candidaturas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O número é 72% menor que do que o valor gasto pelos quatro primeiros colocados na campanha de 2014, quando somaram R$ 68,56 milhões declarados na prestação de contas à Justiça Eleitoral.

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A queda é resultado de uma soma de fatores como a redução no tempo de campanha, o fim do financiamento privado, o teto de gastos estabelecido (R$ 9,1 milhões para o governo no primeiro turno) e a falta de interesse dos eleitores brasileiros em investir em candidatos. As campanhas foram financiadas, principalmente, com dinheiro público dos fundos partidário e especial.

Governador eleito do Paraná no primeiro turno com quase 60% dos votos válidos, Ratinho Junior (PSD) foi o que mais gastou para chegar ao Palácio Iguaçu: R$ 7,22 milhões, sendo 37,5% desse montante dinheiro público do "fundão". O deputado, está na 32ª posição do ranking de autofinanciamento. Ele investiu R$ 1.114.400,00 na própria campanha. O deputado estadual licenciado contou ainda com mais de R$ 1,53 milhão desembolsado pelo pai dele, o apresentador Carlos Massa (Ratinho), que aparece como o 11º maior doador no ranking nacional de investidores de campanha (pessoa física).

Imagem ilustrativa da imagem Gastos de campanhas ao governo do PR caem 72%



A governadora Cida Borghetti (PP), que ficou em segundo lugar (15,54%), também é a segunda que mais investiu na reeleição. As despesas declaradas até agora são de R$ 6,07 milhões, com mais de 99% de recursos públicos encaminhados pelos diretórios nacional e estadual do partido.

Terceiro colocado, com 13,19% dos votos válidos, João Arruda (MDB) declarou despesas de R$ 5,28 milhões, com 96% de recursos públicos. Com a campanha mais modesta para o governo, Dr. Rosinha (PT) aparece em quarto no gasto, com R$ 230 mil de despesas e também na urna, com 8,6% dos votos. No Estado, o PT priorizou as campanhas para deputado federal. A senadora Gleisi Hoffmann declarou como despesa de campanha de R$ 1 milhão (100% de recursos do fundo eleitoral) e foi a terceira mais votada da bancada do Paraná para a Câmara Federal, com 212 mil votos.

NANICOS
Com poucas chances de vitória, os candidatos "nanicos" não contavam com recursos de fundo partidário e tampouco conseguiram viabilizar uma quantia significativa de recursos extras. Professor Piva (Psol) conseguiu apenas R$ 15 mil do fundão. Jorge Bernardi (Rede) investiu com recurso próprio R$ 84 mil na campanha e não contou com dinheiro público. Candidato do PSTU, Professor Ivan Bernardo arrecadou apenas R$ 1.300,00 por doação de terceiros. Priscila Ebara (PCO) só recebeu R$ 600,00 do fundo partidário do diretório do Partido da Causa Operária, e Geonísio Marinho (PRTB) aparece com gasto e receitas zerados na prestação de contas.

Em 2014, a campanha do ex-governador Beto Richa (PSDB) informou gastos de R$ 29,67 milhões para conquistar a reeleição no primeiro turno. A coligação do tucano investiu R$ 11 milhões em atividades de militância e mobilização de rua, por exemplo. Já a senadora Gleisi Hoffman (PT), que ficou em terceiro lugar, demonstrou gastos de R$ 26,95 milhões na corrida ao Palácio Iguaçu há quatro anos. A petista priorizou investimentos em publicidade em diversos meios (R$ 6,9 mi).