Imagem ilustrativa da imagem Veja como a leitura de jornais ajuda na preparação para o Enem
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Eles estão presentes em praticamente todos os cadernos de prova do Enem. Isso sem falar da redação. Os textos jornalísticos são quase como camaleões: se adaptam aos mais diversos ambientes, sempre carregados de muita informação. Podem aparecer apresentando o discurso de alguma autoridade, ou algum fato que possa ser usado como fonte de argumentação. É um grande aliado de quem fará a prova em menos de um mês.

Não é raro o aparecimento de variados gêneros textuais jornalísticos, sendo que nenhum deles chega a predominar dentro do Enem. “Vai depender muito do tema a ser tratado e do repertório que tem dentro dele”, disse o professor Nilson Douglas Castilho, coordenador de ensino médio do Colégio Marista de Londrina.

De acordo com o professor, os dados e fontes contidos em notícias, reportagens, resenhas e artigos, por exemplo, podem ser utilizados na redação. “Todos esses textos veiculam mensagens importantes que constroem repertório, principalmente quando vêm de um veículo jornalístico de renome”, completou. Castilho aponta que, para trazer a veracidade do texto, é necessário que o candidato cite informações básicas como o nome do veículo e o assunto que ele abordou.

O poder de sintetizar informações também é um trunfo do jornalismo para que o candidato use a seu favor, e que contribui para defesa das suas principais ideias e construção do argumento dentro da proposta da redação. Até mesmo o posicionamento do texto pode ser um amigo na hora de escrever. “É feita essa análise do discurso. Não sobre ‘o que’ se diz, e sim ‘como’ se diz”, comentou.

E consumir o conteúdo de diversos veículos de comunicação é uma das chaves para decidir pela forma com que o ponto de vista do candidato será defendido no texto. “Uma dica é selecionar um assunto e reparar como ele é trabalhado de maneira diferente pelas TVs, rádios e jornais”, resumiu Castilho. “Nas manifestações do último sete de setembro, pudemos perceber que os atos foram descritos de duas maneiras: ‘manifestações antidemocráticas’ e ‘manifestações contra o atual governo’”, exemplificou.

Utilizando o exemplo dado acima, o professor do Colégio Marista de Londrina ponderou que não há nenhuma proibição, por parte do Enem, da forma com que o aluno vai abordar o tema proposto. “Podem ser selecionados fatos que vão a favor do que o candidato pensa, bebendo da fonte de veículos que tenham a mesma visão. O corretor não está ali para julgar posicionamento, desde que não desrespeite os direitos humanos”. O que é necessário, nas palavras do professor, é que algum lado seja escolhido. “Se ficar em cima do muro, o Enem entende como falta de leitura e repertório, e que o aluno não tem profundidade para defender nenhum lado. Então a nota final vai cair”.

GÊNEROS TEXTUAIS

Castilho respondeu que a geração de alunos que cresceu acostumada às notícias adaptadas para a internet pode ter dificuldades em diferenciar os gêneros textuais jornalísticos. “Já percebi dificuldade em diferenciar notícia de reportagem, de entender o objetivo de um editorial e do artigo de opinião. É possível diferenciar, mesmo no meio digital. Mas o que percebo são alunos que não estão focados em identificar essas diferenças”, expôs.

Mesmo com as muitas tentativas de tirar a credibilidade do verdadeiro jornalismo, o professor afirma que o Enem está consciente em ter como referência os meios tradicionais de comunicação. “Hoje, na internet, se escreve tudo sobre qualquer coisa. É preciso ter um cuidado, porque alguém que não tenha estudo ou profundidade para tratar sobre determinado assunto pode comprometer o argumento do aluno na redação. A prova sabe escolher quem merece reconhecimento e quem merece ser citado no texto, principalmente num momento tão importante do aluno, que é ter acesso ao ensino superior”, finalizou.

Acompanhe o podcast da entrevista do professor Nilson Castilho sobre textos jornalísticos no Enem.

Responda às questões do Caderno 12 do Folha Enem: Ciências da Natureza

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