A iluminação decorativa pode ser pontual, focal, direcionada, para dar destaque a algum objeto
A iluminação decorativa pode ser pontual, focal, direcionada, para dar destaque a algum objeto



Há pouco tempo, o projeto de iluminação não estava entre as prioridades no cronograma de obras de boa parte das residências. Hoje, com um leque de produtos diferenciados no mercado, não dá para pensar na arquitetura de interiores sem levar em conta o tipo de luz ou efeito que se deseja para cada ambiente. Mais do que apenas iluminar, os lustres, pendentes, abajures e outros acessórios compõem a decoração e são responsáveis por criar diversas sensações.

A arquiteta e light designer Natália Cleto afirma que a luz tem efeito quando pensada com propósito. É necessário projetar não apenas a luminária, mas também o tipo de lâmpada que será utilizada para cada finalidade. "Quando pensamos em um projeto de iluminação, propomos sempre mesclar uma iluminação funcional e outra decorativa", afirma. A primeira refere-se à luz difusa, que foge dos efeitos de luz e sombra. A segunda pode ser pontual, focal, direcionada, para dar destaque a algum objeto, por exemplo.

De acordo com a arquiteta, o LED cumpre bem a função da iluminação difusa. É econômico, tem excelente vida útil e temperatura de cor, e atinge o mesmo objetivo da lâmpada fluorescente. Para compor a decoração, a iluminação indireta pode ser feita por sancas, luminárias, e por meio da marcenaria. Natália lembra que o mais importante é lembrar que a casa não é uma vitrine, precisa ser pensada para o dia a dia.

A especialista recomenda um projeto de iluminação cenográfico, para que seja possível criar cenas de acordo com cada momento. "Se vou receber os amigos, posso acender todas as lâmpadas, tanto as decorativas como as difusas. Mas, se vou ver televisão, posso ligar apenas um abajur, o painel da marcenaria, que tem uma luz indireta. A iluminação trabalha nosso psicológico para criar sensações diferentes", exemplifica.

Em áreas internas, a luz amarela é mais aconchegante e indicada para destacar a decoração
Em áreas internas, a luz amarela é mais aconchegante e indicada para destacar a decoração | Foto: Fotos: Ícone arquitetura + interiores/Divulgação



Quando o assunto é forro, a arquiteta adianta que o estilo mais "clean" é que está em alta. Ela justifica que, hoje em dia, as pessoas estão mais preocupadas com o efeito da luz criada. "O que importa é aquilo que está na altura do olhar, ver como a luz é projetada e como ela afeta as emoções, e não tetos rebuscados, cheios de detalhes", explica. Claro que a escolha depende do gosto pessoal de cada um.

Para não errar no tipo da luz, é preciso entender as principais diferenças entre a branca (6500k), a amarela (3000k) e a morna, ou neutra (4000k). A primeira é a mais fria, se assemelha à luz da manhã, é estimulante e possui característica industrial, de trabalho. "Dentro de residências, eu não uso luz branca, ela é cansativa, não é agradável", afirma. A amarela é mais aconchegante e indicada para destacar a decoração. É parecida com a luz do pôr do sol.

Já a neutra é a que remete à luz do meio-dia, a mais recomendada pela arquiteta para ser usada como central em todos os ambientes. "Ela oferece um bom conforto visual. Você entra e sai de casa sem ter aquele choque", aponta. Porém, a luz neutra não é facilmente encontrada em lojas de departamento, mas em comércios específicos. Além disso, podem custar mais caro. "Mas vale a pena", garante a light designer. Aliás, Natália ressalta que é possível fazer um projeto com um bom efeito de iluminação de baixo custo, basta pensar na escolha das peças em conjunto.

Com as muitas opções do mercado, é possível fazer um projeto com um bom efeito de iluminação de baixo custo, basta pensar na escolha das peças em conjunto
Com as muitas opções do mercado, é possível fazer um projeto com um bom efeito de iluminação de baixo custo, basta pensar na escolha das peças em conjunto



TENDÊNCIAS
A administradora Silvana Spagnolo, da StarLuz Iluminação, em Londrina, destaca que uma das grandes tendências na iluminação são as peças industriais e retrôs, que dão aos projetos um ar mais descolado. "A utilização de materiais como cobre, bronze e ouro traz uma bossa informal e elegante. Dentro deste contexto, um estilo a ser salientado é o escandinavo, que alia em seu DNA o minimalismo e a funcionalidade", aponta.

Quando o assunto é inovação, Silvana destaca o LED como um produto já disseminado no mercado, de fácil acesso, e que veio para ficar. Além da funcionalidade, ela explica que as lâmpadas não emitem calor, são econômicas no consumo de energia, em comparação com outros modelos, e sustentáveis, pois não contêm elementos poluentes ou contaminantes, o que facilita o descarte.

A empresária destaca que a combinação de cores e estilos dos pendentes e lâmpadas varia de acordo com a atmosfera que se deseja criar em cada ambiente. Porém, ela diz que uma dica simples é combinar uma paleta de cores claras com uma iluminação mais aconchegante na cor amarela. "Salas, quartos e lavabos geralmente pedem esse recurso, que busca aliar o conforto visual com o prazer de permanecer no ambiente", cita. Outra forma bastante recorrente é a utilização de iluminação indireta por meio de sancas e apoios em móveis ou abajures.